São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fábrica de submetralhadoras funcionava em residência

DO "AGORA"

A fábrica clandestina de armas funcionava em um galpão atrás de uma casa. O local, anteriormente, era uma indústria de esteiras para caixa de supermercado.
Após 20 dias de investigação, policiais do 32º DP (Itaquera- zona leste da capital) descobriram a fábrica às 13h de ontem, na rua Jácomo Zanquetta, em Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo).
Lá foram encontradas cinco submetralhadoras 9mm prontas, 20 silenciadores e 341 peças usadas na fabricação das armas. Os policiais apreenderam ainda oito caixas de munição para calibre 9mm, cada uma com 50 balas.
As investigações tiveram início após
Foram presos o torneiro ferramenteiro Vanderley Cipriano, 27 anos, e o técnico em informática Eliezer Zuza Ferreira, 37 anos.
De acordo com o delegado titular do 32º DP, Lupércio Antonio Dimov, depois de algumas horas de campana, a polícia deteve ambos os acusados quando saíam da casa trajando macacão.
Os detidos não tinham passagem pela polícia e não apresentaram resistência à prisão. O torneiro Cipriano foi apontado como o proprietário do local. Um investigador do distrito que prefere não ter o nome publicado conta que o galpão usado para fabricar as metralhadoras era antigamente uma fábrica de esteiras para supermercado.
Ao ser preso, Cipriano teria dito aos policiais não saber a procedência das armas e do material usado para sua fabricação. Segundo teria afirmado aos policiais, tudo o que foi apreendido seria de um ex-sócio, que morreu no final do ano passado.
Ele e Ferreira teriam dito também que as armas que fabricavam eram vendidas, cada uma, por R$ 2 mil. Já os silenciadores, também fabricados por eles, chegavam a custar R$ 3 mil. "Eles tinham um lucro muito alto. Pois também disseram que para fabricar cada arma, gastavam em média R$ 500", diz o delegado Dimov.
Depois de fabricar as submetralhadoras, os criminosos ainda gravavam em sua lateral o emblema da indústria de armas AMT, empresa americana sediada em Miami. "Pela qualidade dessas armas, elas podiam facilmente se passar por originais", afirma o delegado.
A submetralhadora 9mm, esclarece Dimov, tem capacidade para armazenar até cinquenta balas em seu carregador, que durante uma rajada, pode ser descarregada em apenas alguns segundos. "Esse é o tipo da arma que os bandidos usam em assalto a banco ou resgate de presos".
A polícia não descarta que os fabricantes fornecessem armas, inclusive, para o PCC. Segundo o delegado, no galpão foi encontrada também uma agenda telefônica com nomes de supostos compradores. "Isso é só o começo. Muita gente ainda pode ser presa".



Texto Anterior: Polícia: Trio invade e assalta o restaurante Fasano
Próximo Texto: Violência: Para polícia, PCC controla uma favela no Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.