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Fábrica de submetralhadoras funcionava em residência
DO "AGORA"
A fábrica clandestina de armas funcionava em um galpão atrás de uma casa. O local, anteriormente, era uma
indústria de esteiras para
caixa de supermercado.
Após 20 dias de investigação,
policiais do 32º DP (Itaquera-
zona leste da capital) descobriram a fábrica às 13h de ontem,
na rua Jácomo Zanquetta, em
Ferraz de Vasconcelos
(Grande São Paulo).
Lá foram encontradas cinco
submetralhadoras 9mm prontas, 20 silenciadores e 341 peças usadas na fabricação das armas. Os policiais apreenderam ainda oito caixas de munição para calibre 9mm, cada uma com 50 balas.
As investigações tiveram início após
Foram presos o torneiro ferramenteiro Vanderley Cipriano, 27 anos, e o técnico em informática Eliezer Zuza Ferreira, 37 anos.
De acordo com o delegado titular do 32º DP, Lupércio Antonio Dimov, depois de algumas horas de campana, a polícia deteve ambos os acusados
quando saíam da casa trajando macacão.
Os detidos não tinham passagem pela polícia e não apresentaram resistência à prisão.
O torneiro Cipriano foi apontado como o proprietário do
local. Um investigador do distrito que prefere não ter o
nome publicado conta que o
galpão usado para fabricar as
metralhadoras era antigamente uma fábrica de esteiras
para supermercado.
Ao ser preso, Cipriano teria
dito aos policiais não saber a
procedência das armas e do
material usado para sua fabricação. Segundo teria afirmado
aos policiais, tudo o que foi apreendido seria de um ex-sócio, que morreu no final do
ano passado.
Ele e Ferreira teriam dito
também que as armas que fabricavam eram vendidas, cada
uma, por R$ 2 mil. Já os silenciadores, também fabricados
por eles, chegavam a custar R$
3 mil. "Eles tinham um lucro
muito alto. Pois também disseram que para fabricar cada
arma, gastavam em média R$
500", diz o delegado Dimov.
Depois de fabricar as submetralhadoras, os criminosos
ainda gravavam em sua lateral
o emblema da indústria de armas AMT, empresa americana
sediada em Miami. "Pela qualidade dessas armas, elas podiam facilmente se passar por
originais", afirma o delegado.
A submetralhadora 9mm, esclarece Dimov, tem capacidade para armazenar até cinquenta balas em seu carregador, que durante uma rajada,
pode ser descarregada em apenas alguns segundos. "Esse
é o tipo da arma que os bandidos usam em assalto a banco
ou resgate de presos".
A polícia não descarta que os fabricantes fornecessem armas, inclusive, para o PCC. Segundo o delegado, no galpão foi encontrada também uma
agenda telefônica com nomes de supostos compradores.
"Isso é só o começo. Muita gente ainda pode ser presa".
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