São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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Mãe professora ajuda na lição, mas cria limites

DA SUCURSAL DO RIO

Estabelecer o limite de até onde vai a orientação e onde começa a ajuda indevida é uma tarefa com que vários pais se defrontam no dia-a-dia. No caso de Cátia Martins Mauro, a missão de orientar a filha Mariana Mauro, 14, aluna do colégio Mopi, do Rio, é facilitada pelo fato de ela ser professora.
"O professor percebe quando o dever de casa foi feito ou corrigido pelos pais. Sempre orientamos a Mariana, mas nunca fiz o dever de casa por ela", diz a mãe.
O pai de Rafaela, Ricardo Mauro, diz que também tenta interferir pouco nas lições de casa. "Às vezes, a escola pede trabalhos de casa que a gente sabe que vão valer nota. No nosso caso, isso é facilitado porque o colégio tem um serviço de professores que tiram dúvida pela internet", afirma ele.
Maria Cristina Silva, mãe de João Victor, 9, e Ana Carolina, 11, do colégio Módulo, de São Paulo, diz que, às vezes, mesmo sabendo a resposta, prefere escrever um recado para o professor para que ele oriente seus filhos na resolução do problema.
Roberto Silva, seu marido, diz que a tarefa de ajudar nos deveres fica principalmente com Maria, mas ele não abre mão de levar e trazer seus filhos da escola. "Aproveito que minha profissão [comerciante] dá essa flexibilidade para, no caminho, conversar sobre o que eles estão aprendendo. É uma maneira de estar presente", diz.
O advogado Luiz Marchetti Filho -casado com Fátima e pai de Giulia, 12, Isabela, 11, e Luiz, 8- não tem essa flexibilidade de horário, mas tenta compensar a dificuldade de estar mais presente dando sempre atenção aos filhos.
"Meu tempo é escasso, porque a vida nos cobra isso, mas, na medida do possível, quero que meus filhos sintam que têm uma família. Procuro conversar e mostrar que todo sacrifício que faço é por eles. No fim de semana, estou sempre com eles e, se me ligam num dia de semana, faço tudo para parar o que estou fazendo e dar atenção, sempre que possível", diz Marchetti, cujas filhas estudam no Bandeirantes, em São Paulo.


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