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Mãe professora ajuda na lição, mas cria limites
DA SUCURSAL DO RIO
Estabelecer o limite de até
onde vai a orientação e onde
começa a ajuda indevida é uma
tarefa com que vários pais se
defrontam no dia-a-dia. No caso de Cátia Martins Mauro, a
missão de orientar a filha Mariana Mauro, 14, aluna do colégio Mopi, do Rio, é facilitada
pelo fato de ela ser professora.
"O professor percebe quando
o dever de casa foi feito ou corrigido pelos pais. Sempre
orientamos a Mariana, mas
nunca fiz o dever de casa por
ela", diz a mãe.
O pai de Rafaela, Ricardo
Mauro, diz que também tenta
interferir pouco nas lições de
casa. "Às vezes, a escola pede
trabalhos de casa que a gente
sabe que vão valer nota. No
nosso caso, isso é facilitado
porque o colégio tem um serviço de professores que tiram dúvida pela internet", afirma ele.
Maria Cristina Silva, mãe de
João Victor, 9, e Ana Carolina,
11, do colégio Módulo, de São
Paulo, diz que, às vezes, mesmo
sabendo a resposta, prefere escrever um recado para o professor para que ele oriente seus filhos na resolução do problema.
Roberto Silva, seu marido,
diz que a tarefa de ajudar nos
deveres fica principalmente
com Maria, mas ele não abre
mão de levar e trazer seus filhos
da escola. "Aproveito que minha profissão [comerciante] dá
essa flexibilidade para, no caminho, conversar sobre o que
eles estão aprendendo. É uma
maneira de estar presente", diz.
O advogado Luiz Marchetti
Filho -casado com Fátima e
pai de Giulia, 12, Isabela, 11, e
Luiz, 8- não tem essa flexibilidade de horário, mas tenta
compensar a dificuldade de estar mais presente dando sempre atenção aos filhos.
"Meu tempo é escasso, porque a vida nos cobra isso, mas,
na medida do possível, quero
que meus filhos sintam que
têm uma família. Procuro conversar e mostrar que todo sacrifício que faço é por eles. No fim
de semana, estou sempre com
eles e, se me ligam num dia de
semana, faço tudo para parar o
que estou fazendo e dar atenção, sempre que possível", diz
Marchetti, cujas filhas estudam
no Bandeirantes, em São Paulo.
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