São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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Ausência de comandante não infringiu regras

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

No momento da pane na cabine de comando do voo 447, a pessoa mais experiente à bordo, o comandante Marc Dubois, estava em período de descanso regulamentado. Isso não representa irregularidade.
Diferentemente do Brasil, onde a legislação obriga as companhias a manter sempre um comandante na cabine, na Europa o comum em voos de até 14 horas é uma tripulação formada por um comandante e dois copilotos.
Os três pilotos ficam sempre juntos na cabine durante os momentos de pouso e de decolagem. No resto do voo, eles se alternam para o descanso obrigatório. Para estar mais desperto no pouso e na decolagem, o comandante costuma optar por descansar no período do meio.
Pelas informações disponíveis até o momento não é possível dizer se o acidente teria sido evitado se Dubois estivesse no comando na hora da pane. Para pilotos e especialistas, porém, essa questão deve ser levada em conta nas investigações.
"Acidentes aéreos são decorrentes de uma série de fatores e talvez fosse interessante incluir esta questão na investigação", diz Pedro Goldenstein, ex-comandante internacional da Varig.
Em 1992, o Departamento de Aviação Civil, por pressão da direção da Varig, tentou flexibilizar a regra. Mas a medida enfrentou a resistência da Apvar (Associação de Pilotos da Varig), que fez uma campanha pública com o mote "Dois é melhor que um".
"Acreditávamos que se tratava de um diferencial em termos de segurança aérea e eficiência operacional", diz Goldenstein que, na época, era secretário-geral da Apvar.


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