|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Elite brasileira também tem resultado fraco
DA SUCURSAL DO RIO
A comparação do desempenho de estudantes da elite
brasileira com o de alunos
mais ricos de países desenvolvidos é outro indicador
que mostra que o ensino básico recebido pelas classes
mais altas no Brasil pode
deixar muito a desejar.
Estudo divulgado em 2000
pelo pesquisador Creso
Franco, do Departamento
de Educação da PUC do Rio,
mostrou que os alunos mais
ricos do Brasil tinham desempenho inferior aos de
maior renda da Espanha,
EUA, Rússia, França, Portugal, Coréia do Sul e México.
A comparação do desempenho foi feita a partir dos
resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), exame internacional realizado pela OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que permite confrontar as notas de
alunos que fizeram um mesmo teste em vários países.
O estudo mostrou que o
Brasil teve o menor percentual de alunos da elite com
notas que os colocam nos
dois níveis mais avançados
de aprendizado do Pisa (há
seis níveis). Só 21% dos alunos mais ricos no Brasil estavam nesses dois níveis. França (57%), Coréia do Sul
(55%), Estados Unidos
(53%), Portugal (48%), Espanha (46%), Rússia (33%) e
México (27%) tiveram desempenho superior.
Para fazer a comparação,
Franco separou o grupo dos
estudantes brasileiros que
fazem parte dos 7% de
maior renda da amostra (o
mesmo corte foi feito no México) e comparou com o
grupo de estudantes que
compõem os 25% mais ricos
dos países desenvolvidos.
A fatia da elite no Brasil e
no México é menor (7%) do
que nos demais países comparados (25%) para evitar
distorções. Como em países
desenvolvidos há um maior
número de pessoas com padrão de vida elevado, a comparação do mesmo percentual poderia ser desfavorável
para Brasil e México porque,
nesses dois países, haveria
muito mais estudantes de
menor renda entre os 25%
mais ricos.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Ranking confirma desempenho ruim Índice
|