São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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Ranking confirma desempenho ruim

DA SUCURSAL DO RIO

Dados de um ranking de escolas elaborado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) com base no desempenho dos colégios em seu vestibular confirmam a tese de que estudar numa escola privada não significa, necessariamente, que o aluno terá uma educação melhor do que a que receberia na rede pública.
A UFRJ costumava divulgar um ranking elaborado a partir da nota média dos estudantes de cada escola em seu vestibular. O último ranking a ser divulgado em seu site é referente a 2000 e mostra que a maioria das escolas que mais aprovam é privada. O levantamento mostrou também, no entanto, que há um número significativo de colégios pagos entre as últimas colocadas.
Das 20 instituições com melhor desempenho, 18 são particulares. Essas escolas são instituições privadas com mais tradição e que atendem, com raras exceções, apenas a elite econômica e intelectual carioca.
A análise das 20 escolas com pior desempenho mostra que metade delas também é privada, incluindo as quatro últimas colocadas. Essas instituições tiveram em 2000 desempenho no vestibular muito inferior do que a média das escolas públicas. Nesse ano, 283 instituições tiveram alunos inscritos no vestibular da UFRJ.
Para o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro, José Antônio Teixeira, a desigualdade entre as escolas particulares não acontece apenas numa mesma cidade, mas também nacionalmente.
"Estudantes de três escolas particulares do Rio poderão começar o ano estudando física por um assunto diferente. Se trocarem de escola no meio ano, provavelmente ficarão com um déficit em algum assunto. Essa diferença acontece numa mesma cidade, mas, também, entre Estados", diz Teixeira, que defende a existência de um conteúdo mínimo para todos os alunos do país que dê espaço às diferenças regionais.
Teixeira afirma também que há uma parcela significativa de estudantes da rede privada que tem o mesmo perfil do aluno da escola pública. São estudantes que, com muita freqüência, são transferidos da escola privada para a pública e vice-versa.


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