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AMBIENTE
Objetivo é impedir expansão de condomínio ao sul de BH; para ambientalistas, exigências previstas na 1ª fase foram descumpridas
ONGs tentam barrar Alphaville mineiro
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Ambientalistas mineiros tentam barrar a expansão da versão
local do Alphaville paulista, em
Nova Lima (região metropolitana
de Belo Horizonte). O projeto, orçado em R$ 26 milhões, está em
fase de licenciamento ambiental.
Documento assinado por três
ONGs -Amda (Associação Mineira de Defesa do Ambiente),
Fundação Biodiversitas e Associação Asturies- e entregue no
mês passado aos órgãos ambientais do Estado pede a paralisação
do licenciamento da nova etapa
do empreendimento que ainda
não saiu do papel.
Como justificativa, as ONGs
apontam o suposto descumprimento, pela empresa, de exigências ambientais previstas na primeira fase do residencial, concluída em 2000. As organizações citam ainda o risco de favelização
do entorno da região.
Área de proteção
Localizado ao sul de Belo Horizonte, o município de Nova Lima,
onde está o Alphaville mineiro,
tem 93% de seu território dentro
da APA-Sul (Área de Proteção
Ambiental da Região Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte). A área abrange os principais mananciais para abastecimento de água da população metropolitana.
"Estão colocando uma cidade
em um local bem preservado e de
grande importância ecológica",
afirmou a superintendente-executiva da Amda, Maria Dalce Ricas, para quem o impacto da expansão urbana na região será "irreversível".
De acordo com o estudo apresentado pelo empreendedor, as
duas etapas do condomínio, hoje
com 10% de ocupação na parte
concluída, poderão conter 17 mil
habitantes até 2011.
Sozinho, o Alphaville Lagoa dos
Ingleses, como foi chamado, responde por 15% da arrecadação do
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de Nova Lima. Recursos que, alertam os ambientalistas mineiros, não chegam aos
cofres de municípios vizinhos afetados pelo empreendimento.
"Não queremos ser o "alfavela'",
afirmou o secretário de Meio Ambiente e Agricultura do município
de Brumadinho, Amaury de Oliveira. A cidade compreende o distrito de Piedade do Paraopeba,
que foi fundado no século 19 e está localizado a nove quilômetros
do Alphaville.
Para as ONGs, o condomínio
atrairá pessoas em busca de emprego e desencadeará um processo de ocupação desordenada de
seu entorno que pode afetar povoados históricos, como Piedade
do Paraopeba.
Sem eco
O coro dos ambientalistas não
vem encontrando eco entre as autoridades do setor no Estado. Na
sexta-feira passada, o Copam
(Conselho de Política Ambiental),
órgão que autoriza a implantação
e a operação de atividades potencialmente poluidoras, decidiu que
três exigências ambientais da primeira fase só não foram cumpridas porque não dependem somente da empresa.
Na prática, a decisão significa
um obstáculo a menos para a
aprovação da expansão do Alphaville, cujo pedido de licença prévia
(a primeira das três etapas do licenciamento ambiental) está sob
análise desde dezembro de 2001.
Em parecer técnico divulgado
no início do mês, a Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente)
atesta a "viabilidade ambiental"
do projeto de expansão e enumera 25 medidas a serem tomadas
pela empresa para a concessão da
licença prévia. A palavra final caberá ao Copam.
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