São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ao receber telefonema, tio pensou que fosse trote de falso seqüestro

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Às 3h de ontem, o aposentado Hideak Shiba, 71, recebeu uma ligação de desconhecidos dizendo que estavam com seu sobrinho. Pensou estar sendo vítima de mais um falso seqüestro. "Achei que fosse seqüestro ou trote", diz o tio de Glauber, que mora em São Paulo e foi o primeiro parente a receber a notícia da morte do casal.
"A polícia me ligou às 3h dizendo que estava com meu sobrinho. Não imaginava o que tinha acontecido." Ele esteve na manhã de ontem no IML (Instituto Médico Legal) acompanhando outros familiares no reconhecimento dos corpos.
A família teve dificuldades de conseguir a liberação do corpo da mulher, já que não havia nenhum parente dela para fazer o reconhecimento. Os corpos embarcariam ontem à noite para Recife. O enterro está marcado para as 14h de hoje, no cemitério Parque das Flores.
Tanto a família de Marta como a de Glauber são de Pernambuco. Alguns parentes viajaram do Recife para reconhecer o corpo. Entre eles, o único irmão da vítima, Jerson Shiba Paiva, 34, que contou que Glauber mudou-se para São Paulo em junho do ano passado porque foi contratado para trabalhar como analista de sistemas no banco Santander no bairro do Morumbi e que estava satisfeito com o trabalho.
"Perdi um irmão, mas ganhei um filho", disse ele, afirmando que vai ficar com o sobrinho.
Mariè Helena Shiba Paiva, 69, que também estava no IML, disse que falou com o filho pela última vez na segunda-feira. Segundo ela, ele combinou que passaria as festas de fim de ano e Carnaval no Recife.
Sobre o medo da violência paulistana, ela disse que sempre sentiu o mesmo temor sobre a cidade de Recife. Ainda muita abalada, declarou: "A gente envelhece achando que os filhos enterram os pais. Mas não os pais enterram os filhos".
Ontem, familiares foram ao condomínio, no Morumbi, para retirar roupas e outros objetos do casal. "O Glauber e a Marta eram ótimos vizinhos, sempre cumprimentavam a todos", diz o síndico do local, Israel de Oliveira Peixoto, que foi informado por telefone pela polícia do assassinato.
Pregada na porta do apartamento, uma plaquinha de madeira anunciava: "Aqui mora uma família feliz".
(DB, JD, RP)


Texto Anterior: Casal é morto diante do filho no Morumbi
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.