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HISTÓRIA TRANCADA
Universidade interrompeu visitação a 3 construções em Santa Catarina após decisão que anulou contratações
Sem verba e funcionários, fortalezas fecham
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
Três das fortalezas mais visitadas de Santa Catarina foram fechadas nesta semana por tempo
indeterminado devido à falta de
verba e funcionários para mantê-las abertas à visitação. Após a interdição das fortificações de Ratones e Anhatomirim, na segunda e
na terça, ontem foi a vez de Ponta
Grossa -única com acesso por
terra. Juntas, receberam 128 mil
turistas no ano passado.
Localizadas no norte da ilha,
duas delas estão incluídas na
maioria dos passeios de escuna
oferecidos em Florianópolis.
A UFSC (Universidade Federal
de Santa Catarina), que administra as fortificações, demitiu os 15
funcionários de manutenção, bilheteria e conservação depois que
o TCU (Tribunal de Contas da
União) julgou ilícitas as contratações, feitas por meio da Fapeu
(Fundação de Amparo à Pesquisa
e Extensão Universitária).
Pela decisão, a universidade não
pode usar a fundação para contratar serviços que não tenham
como finalidade o apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão. Com isso, a universidade rescindiu os contratos e não pode
agora, sem concurso público,
substituir os funcionários.
Além disso, ela está tendo dificuldades para arcar com os R$
300 mil por ano necessários para
manter as fortificações, diz o professor Golias Silva, coordenador
do projeto Fortalezas da Ilha.
A folha salarial dos funcionários
consome R$ 20 mil/mês, além de
R$ 5.000 em manutenção de locais, embarcações e combustível.
Nos últimos anos, houve ainda
uma queda considerável na visitação -e a universidade bancava o
déficit. Em 2001, 220 mil pessoas
visitaram os três fortes. No ano seguinte, o total caiu para 155 mil.
Segundo Silva, foi feita uma reunião, no dia 16 de maio, com o
Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional) e
outros órgãos de fomento ao turismo da região para buscar
apoio. Porém, quase dois meses e
meio depois, nenhum deles manifestou interesse, diz o professor.
O Iphan disse ontem que não se
pronunciaria pois não havia sido
informado da decisão do TCU.
História
As três fortalezas fazem parte de
um projeto do brigadeiro português Silva Paes -engenheiro militar e primeiro governador da
Capitania de Santa Catarina-,
que montou um sistema de defesa
no norte da ilha por volta de 1740.
Elas foram construídas para impedir a invasão espanhola. Juntas,
as três construções possuíam
mais de 50 peças de artilharia e
cinco baterias de canhões.
Em 1938, já bastante depredadas, as fortificações foram tombadas pelo Iphan. Na década de 90, a
universidade iniciou um trabalho
de recuperação e restauração.
A entrada para a área de fortalezas custava R$ 4 (estudantes,
crianças e idosos pagavam meia).
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