Os estudos são pontuais, tratam das condições do asfalto e não abrangem toda a questão de segurança, segundo o instituto

O primeiro laudo do IPT, um dia após o acidente da TAM, foi usado pela estatal como garantia da qualidade da pista principal de Congonhas

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em nota divulgada ontem, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) desautorizou a Infraero (estatal que administra aeroportos) a usar laudos técnicos produzidos pelo instituto para justificar a abertura da pista principal do aeroporto de Congonhas, onde foi o acidente com o Airbus-A320 da TAM no último dia 17.
De acordo com o IPT, os estudos são pontuais, tratam das condições do asfalto que recobre a via e não abrangem toda a questão de segurança.
O primeiro laudo desenvolvido pelo IPT, um dia após o acidente aéreo, foi usado pela Infraero, órgão ligado ao governo federal, como garantia da qualidade da pista principal.
O enfraquecimento da tese de que eventuais irregularidades na pista do aeroporto de Congonhas contribuíram para o acidente tem sido uma preocupação do governo federal, já que a administração e a fiscalização dos aeroportos são de competência federal.

Dados insuficientes
Na nota divulgada ontem, o IPT, ligado ao governo do Estado de São Paulo, afirmou que os dados do relatório "são essenciais para segurança da pista, mas não são suficientes".
Informou ainda que "não faz parte do escopo deste trabalho a liberação de pistas nem a elaboração de roteiro com esta finalidade". De acordo com o órgão, a liberação é de atribuição da Aeronáutica.
Em seu site na internet, a Infraero reproduziu a nota do instituto paulista com o objetivo de "corrigir qualquer possível falha de comunicação".
A assessoria do IPT negou eventual ingerência do governo paulista para que o instituto se posicionasse contra o uso do laudo pela Infraero.
O IPT entregou ontem à Infraero a segunda parte do relatório sobre a pista principal. O teor do documento não foi divulgado pelos órgãos.


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