São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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TARCISO LIMA (1938-2008)

O mistério do ex-zagueiro do Palmeiras

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Morreu o único torcedor do Nacional, brincaram os amigos. Tarciso Lima, no fundo, não torcia pelo pequeno clube de São Paulo.
O filho achou a vida toda que o pai, ex-zagueiro do Palmeiras, era, óbvio, palmeirense. Os amigos do pai afirmam que ele era são-paulino. Deixou o mistério.
O certo é que Tarciso foi daquele Palmeiras de 63 a 65, que tinha Valdir, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar, Geraldo, Dudu, Ademir da Guia, Gildo, Ademar Pantera, César Maluco e Rinaldo. Levaram o Paulista de 63 e o Rio-São Paulo de 65.
No banco na maioria das vezes graças a uma lesão no joelho, disputou 76 jogos no período: venceu 44 vezes, empatou 15 e perdeu 17.
Natural de Presidente Bernardes, começou cedo chutando bola de capotão nos campos de terra batida da cidade. De lá, foi para o Botafogo de Ribeirão e, depois, para o Palmeiras. Jogou ainda no Guarani e treinou atletas na Arábia Saudita e no Qatar.
Ultimamente, dava aula para crianças carentes. Sua segunda casa era o estádio do Nacional, aonde ia religiosamente todos os sábados -daí o chiste dos amigos.
Quando o viam com o filho e perguntavam se o garoto ia ser jogador, Tarciso dizia que não. "Esse vai estudar." Júnior, o filho, virou fotógrafo.
De tão brincalhão, a mulher achou que estivesse de palhaçada quando sofreu um infarto, no dia 19. Morreu aos 70, na capital. Deixa dois filhos e um neto.

obituario@folhasp.com.br


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