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Passageiros de fretados fecham marginal
No 1º dia da restrição, usuários com dificuldade para embarcar bloquearam também as avenidas dos Bandeirantes e Ricardo Jafet
PM e CET tiveram de intervir para liberar as vias no horário de pico do trânsito, mas não houve confrontos; uma pessoa foi detida
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Usuários de ônibus fretados protestam na marginal Pinheiros
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O primeiro dia de restrição
aos ônibus fretados terminou
ontem com protestos e algumas das principais vias de São
Paulo fechadas em pleno horário de pico do trânsito.
A marginal Pinheiros e as
avenidas dos Bandeirantes e
Ricardo Jafet foram interditadas no final da tarde por passageiros dos fretados que enfrentavam dificuldades para embarcar. Não houve confrontos,
mas uma pessoa, que estava no
protesto na av. dos Bandeirantes, chegou a ser detida -foi liberada por volta das 20h.
De acordo com dados da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego), ontem à tarde, apesar
dos fechamentos de vias, o congestionamento médio foi menor do que em outras segundas.
Na Ricardo Jafet, por exemplo, o mapa da CET, órgão da
Prefeitura de São Paulo, não
apontava congestionamentos.
Em nota, a prefeitura e a Secretaria de Transportes atribuíram os protestos a "uma
postura intransigente de setores que se recusam a cooperar".
A previsão para hoje é de novas manifestações. Ontem, passageiros de diferentes linhas
combinavam um "apitaço" na
marginal Pinheiros.
O veto ao tráfego de fretados
decretado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) vale de segunda a sexta, das 5h às 21h, em
uma área de 70 km2.
A restrição inclui os centros
financeiros das avenidas Paulista, Brigadeiro Faria Lima e
Luiz Carlos Berrini.
Pistas fechadas
A PM e fiscais da CET tiveram de intervir nos três locais
de protestos, mas encontraram
resistência maior na manifestação da marginal Pinheiros,
que durou quase duas horas.
As nove pistas, no sentido
centro, chegaram a ser interditadas por 25 minutos. Depois,
os passageiros concentraram-se nas faixas locais.
A reportagem presenciou o
momento em que os próprios
passageiros, irritados com a demora e a desorganização para
embarcar, entraram na pista e
pararam o trânsito, formando
uma longa fila de fretados, ônibus municipais e carros.
Na Ricardo Jafet, em frente à
estação de metrô Santos-Imigrantes, os manifestantes fecharam a pista sentido centro a
partir das 18h10. O trânsito só
foi liberado às 18h45.
Um homem que se identificou como Renato e se disse motorista desempregado pela medida da prefeitura chegou a simular um atropelamento para
fechar a única faixa que a polícia e a CET conseguiram manter liberada.
Ele ficou cerca de cinco minutos no chão, mas saiu correndo quando percebeu que o motorista do ônibus que supostamente o teria atropelado iria
ser interrogado pela polícia.
A invasão da pista, incentivada pelo mesmo Renato, começou após um grupo de cerca de
mil pessoas se juntar na frente
da estação para aguardar a chegada dos ônibus. Na avenida,
uma fila de fretados aguardava
a vez de encostar para pegar os
passageiros -ao menos 200
passariam pelo local.
Aos gritos de "fretado, fretado", um grupo invadiu a pista
da avenida. Kassab chegou a ser
xingado, em coro.
No meio da confusão, a auxiliar administrativa Cinthia Mochida, 32, perdeu dois ônibus
com destino a Santo André
(Grande São Paulo), onde mora. "O Kassab prometeu não aumentar a passagem de ônibus e
agora quer dinheiro dos passageiros dos fretados", disse ela,
que ontem teve que pegar metrô e ônibus para chegar ao escritório, em Perdizes.
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