São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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Mulher mata filha de 1 ano e 2 meses

KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE

A dona-de-casa Claudia Janaína Cruz, 24, foi presa anteontem em flagrante, em Pindamonhangaba (município localizado a 145 km de São Paulo), por espancar até a morte sua filha de um ano e dois meses.
A criança, Ana Carolina Cruz, foi encontrada com Cláudia em sua casa no bairro Araretama, na periferia da cidade, com hematomas por todo o corpo. A mãe negou a agressão afirmando que estava fazendo apenas massagem cardíaca no bebê.
A Polícia Militar foi chamada ao local pelos vizinhos da dona-de-casa, que informaram que a criança estava chorando muito.
Cláudia estava sozinha em casa com Ana Carolina e, de acordo com a polícia, estava com sinais de que havia consumido drogas.
As outras duas filhas da dona-de-casa, que não estavam em casa no momento do crime, foram levadas para a casa da mãe de Cláudia, Sônia Maria Cruz, 50.

Guarda
O promotor de Tremembé Marcos Neri de Almeida entrou ontem com um pedido na Justiça pedindo a guarda definitiva das crianças para a avó, uma vez que a mãe está presa.
Cláudia já havia perdido a guarda das filhas duas vezes por registro de agressões.
Quando o bebê tinha três meses, foi internado no pronto-socorro com hematomas nas costas e, quando tinha sete meses, teria tido as pernas quebradas pela mãe.
Ana Carolina e as irmãs, V.C., 2, e M.E.C., 3, estavam com a mãe havia apenas dois meses.
A dona-de-casa conseguiu reaver a guarda dos filhos porque a avó, que estava com problemas de saúde, não pediu à Promotoria a renovação do período para a proteção dos netos.
A avó ficou com as crianças por seis meses, mas abriu mão da guarda provisória das netas porque a mãe estaria ameaçando seus filhos e outros netos.
"Se eu soubesse que isso ia acontecer, nunca teria deixado minhas netas voltarem para ela [Cláudia". Mas ela estava me ameaçando e vindo em casa para ameaçar meus filhos também. Não tinha condições de ficar com as crianças", disse. Sônia afirmou que M.E. contou a ela que as crianças eram agredidas por Cláudia com objetos como tamanco, ferro, correntes e corda.
"Não entendo por que ela fazia isso com as crianças, mas, agora, não quero mais que elas [as crianças" fiquem longe de mim", declarou a avó.
Cláudia está detida na Cadeia Pública de Pindamonhangaba.
Nas ocasiões em que a dona-de-casa perdeu a guarda das crianças, a determinação partiu do Conselho Tutelar da cidade.


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