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SEGURANÇA
Quadrilha acusada de traficar drogas e lavar dinheiro foi alvo de investigação que durou cerca de um ano
Ação conjunta prende ao menos 57 em SP
DO "AGORA"
O Ministério Público do Estado
e as polícias Civil, Federal e Militar começaram a cumprir ontem
mandados de prisão contra cerca
de 140 envolvidos com uma organização de traficantes da região
de São José do Rio Preto (440 km
de SP). Entre os presos há empresários, advogados e até um funcionário do Poder Judiciário.
Até a noite de ontem, a polícia
de São José do Rio Preto confirmava a prisão de 57 pessoas. Ao
longo deste ano, 53 pessoas já haviam sido presas por envolvimento com a quadrilha.
A organização, segundo a polícia, é chefiada por Jair Carlos de
Souza, o Jajá, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) que
cumpre pena na penitenciária 2
de Mirandópolis (607 km de SP).
O caso começou a ser investigada
há dois anos pelo Ministério Público de Rio Preto.
Por meio de grampos telefônicos, a Promotoria e a Polícia Civil
gravaram conversas que explicitavam o modo de atuação dos
traficantes e os identificavam.
Pelos grampos, foi descoberto
que um dos colaboradores do
bando era escrevente do fórum
da cidade. O funcionário, que foi
preso ontem, ajudaria os criminosos ao abastecê-los de informações sobre processos judiciais,
como decretação de mandados
de prisão.
Além de associação para o tráfico (crime pelo qual todos foram
indiciados), o escrevente é acusado de tráfico de influência.
Lavagem de dinheiro
Cinco empresários, donos de
lojas de veículos em Rio Preto, foram presos. Eles são acusados de
utilizar as concessionárias como
fachada para lavar o dinheiro do
tráfico.
Outro empresário foi detido
em Praia Grande (a 86 km de São
Paulo), também sob acusação de
participar da quadrilha. Uma de
suas funções seria buscar cocaína
no Peru.
A filha do empresário, que também foi presa, tinha registrada
em seu nome uma empresa de
distribuição de água, cujo objetivo, segundo as investigações, era
lavar dinheiro obtido de maneira
ilícita.
Na capital, a polícia prendeu o
advogado que defende Jajá. Ele é
acusado de fraude processual e
corrupção por tentar negociar
um habeas corpus para seu cliente no STF (Supremo Tribunal Federal). Além dele, outros quatro
advogados foram presos no interior. A reportagem não conseguiu ouvir os detidos ou eventuais defensores deles.
Cinco presídios do Estado foram revistados. Neles foram encontrados celulares e material de
contabilidade do PCC.
Contas
Outros quatro líderes do bando
presos, que agiam sob comando
de Jajá, foram identificados: Marcos Ciccone, Edson da Costa,
Anísio Gonçalves e Mário Costa.
Segundo o Ministério Público,
25 contas da organização foram
bloqueadas. Ainda não se sabe
quanto dinheiro a quadrilha conseguia movimentar.
Participaram da operação, batizada de "Limpa Rio Preto", 17
promotores, um procurador da
República, 40 delegados da Polícia Civil, 175 investigadores, cem
policiais militares e equipes da
Polícia Federal, além de agentes
da Receita Federal.
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