São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2004

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VIOLÊNCIA

Grupo tentou roubar, pela manhã, carro-forte em São José dos Campos

Tiroteio em frente a prefeitura mata 1 e fere 2 no interior

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Uma tentativa de roubo a um carro-forte deixou um morto e dois feridos, ontem de manhã, em frente à Prefeitura de São José dos Campos (91 km de São Paulo). A polícia conseguiu prender um dos criminosos. Pelo menos outros dois conseguiram fugir.
A primeira informação da polícia era de que o morto pertencia ao bando. À noite, o delegado Rubergil Violante afirmou que um homem identificado apenas como Sidnei, que estava no local para pagar impostos, foi baleado. Ele morreu em um hospital.
A ação aconteceu por volta das 11h. De acordo com a polícia, seguranças da empresa Protege estacionaram o carro-forte em frente à prefeitura para fazer a entrega de um malote com R$ 30 mil em um dos três postos bancários que funcionam no saguão do prédio.
No momento em que dois dos seguranças subiam a rampa de acesso ao local, dois assaltantes começaram a atirar de dentro da prefeitura. O segurança Wagner Luiz da Silva, 35, que carregava o malote, foi atingido na barriga. O funcionário que o acompanhava e um terceiro, que aguardava na entrada do prédio, começaram a trocar tiros com o grupo.
"Eles [os ladrões] chegaram abrindo fogo contra os seguranças. Tinha muita gente em frente à prefeitura na hora do tiroteio. Algumas pessoas começaram a correr, outras se jogaram no chão", disse o empresário Carlos Bittencourt, 42, testemunha da ação.
O tiroteio deixou estilhaçada parte das portas de vidro do prédio. O teto do saguão foi perfurado por mais de dez tiros. Mais de 60 homens, entre policiais civis e militares, guardas municipais e bombeiros, participaram das buscas e do socorro aos feridos.
"Eu estava no balcão. Só deu pra ouvir um monte de tiros e a gritaria", contou o balconista Carlos Alberto Santos Júnior, 18. Ele trabalha em uma lanchonete em frente à prefeitura.
O segurança baleado foi submetido a uma cirurgia e, segundo um funcionário da Protege, não corre risco de morte.
A outra vítima é a aposentada Tereza Gonçalves Nunes de Assis, 67. Ela foi baleada na perna e na cabeça. Até a conclusão desta edição, ela permanecia internada em estado grave. Segundo a polícia, ela acompanhava um grupo de idosos em visita à prefeitura e estava na calçada em frente ao prédio quando foi baleada.

Fuga
Dois dos criminosos tentaram fugir depois de roubar um Kadett. Cerca de dois quarteirões depois, eles bateram o carro e continuaram a fuga a pé.
Guilherme Leite, 20, foi preso pouco depois. Ele estava ferido por tiros no braço e perna esquerdos. Segundo a polícia, os tiros foram disparados por um dos vigilantes. De acordo com o delegado Violante, Leite negou em depoimento que tenha participado do assalto. O delegado disse que ele foi reconhecido por testemunhas.
O outro suposto assaltante, identificado pela polícia como Adalto Leite, irmão de Guilherme, conseguiu fugir.
Ainda de acordo com a polícia, a quadrilha contava com pelo menos mais dois integrantes, que conseguiram escapar.
"Foi um crime bárbaro. Vamos adotar medidas de segurança para que isso não volte a acontecer", disse o prefeito Emanuel Fernandes (PSDB). Ele estava em seu gabinete durante o tiroteio.
Marcilia Rodrigues, advogada da Protege, disse que todos os procedimentos padrão (para a entrega do dinheiro) foram executados corretamente.


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