FAUSTO SALVADORI FILHO
DO "AGORA"

Aposentado e portador de Aids, Geraldo Hércules Diniz, 55, foi morto anteontem com um tiro no peito pelo tenente da Polícia Militar Marcio Santiago Higashi Couto, 35, lotado na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
Segundo a família do aposentado, Diniz tomava calmantes, além do coquetel anti-HIV, e ficava agressivo sempre que ingeria alguma bebida alcoólica.
Às 20h30 de anteontem, o escriturário aposentado discutiu durante um jantar com a ex-mulher e os três filhos, em sua casa, na Cohab Taipas, na avenida Elísio Teixeira Leite, em Parada de Taipas (zona norte).
Descontrolado, Diniz discutiu com os parentes e chegou a atirar na direção de um dos filhos, o motorista Adriano Hercules Diniz, no corredor do condomínio.
A arma usada foi uma antiga espingarda 28, com um único projétil, herança do pai de Diniz, morto há 20 anos. O aposentado não atingiu ninguém e, depois, mais calmo, jogou a espingarda no jardim e foi para a avenida.

Abordagem
Vizinhos, porém, ouviram o tiro e chamaram a polícia. PMs foram até lá e abordaram Adriano na frente do prédio, perguntando se ele havia atirado.
O motorista explicou que o tiro havia sido disparado pelo pai e apontou para Diniz. Os policiais se aproximaram do aposentado. O tenente Higashi, na corporação há dez anos, acertou um tiro no peito dele após o aposentado ter esboçado um "gesto brusco", segundo declaração do PM.
Diniz foi atingido na frente do condomínio, a um quarteirão do 74º DP, e morreu no pronto-socorro de Taipas.
Higashi foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção). O tenente e outros três subordinados ficarão pelo menos cinco dias em prisão administrativa.
"Meu pai era trabalhador e morreu como bandido", afirmou Ana Lúcia Diniz, 33, outra filha do aposentado.


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