Disfarçados de cabos eleitorais, delegados e investigadores viam quando traficantes faziam escolta em Heliópolis

Suspeita é que chefe do tráfico é atacadista que recebia drogas e que repassava para tráfico de outras áreas de SP

Adriano Vizoni/Folhapress

Presos em operação policial; cartaz mostra falso político usado para mapear pontos de tráfico na favela de Heliópolis

DE SÃO PAULO

Nas andanças do falso candidato a deputado estadual Cosme da Vila pelas ruas da favela de Heliópolis, a Polícia Civil usou o carro de som do falso candidato para gravar imagens do momento em que grandes quantidades de drogas chegavam ao lugar para serem distribuídos.
Escondidos sob a identidade de cabos eleitorais do falso candidato, delegados e investigadores viram várias vezes quando traficantes faziam, principalmente às sextas-feiras, a escolta da maconha, cocaína e crack negociados na favela que fica na zona sul de São Paulo.
A suspeita dos policiais é a de que o chefe do tráfico em Heliópolis fosse um atacadista que recebia a droga e as repassava para traficantes de outras áreas da capital paulista, da Grande São Paulo e do litoral de SP.
Durante as ações de inteligência da polícia realizadas na favela, homens com fuzis e outras armas normalmente usadas apenas em guerras foram vistos fazendo a segurança dos suspeitos de envolvimento com o tráfico em Heliópolis.
A favela de Heliópolis, com cerca de 1 milhão de m2 de área, tem aproximadamente 125 mil habitantes. A maioria dos moradores do local tem menos de 25 anos.
Assim como na favela de Paraisópolis, também na zona sul de São Paulo, traficantes de Heliópolis contam com um sistema de câmeras de vigilância em seus pontos de venda de droga. A intenção deles é tentar evitar a ação da polícia nesses locais.
(ANDRÉ CARAMANTE)

FOLHA.com
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