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DESESTATIZAÇÃO
Pacaembu, Anhembi e Interlagos apresentam déficit de R$ 18 milhões
Bens "privatizáveis" dão prejuízo
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
O estádio do Pacaembu, o autódromo de Interlagos e a empresa
Anhembi Turismo, que a Prefeitura de São Paulo pretende vender para saldar parte de sua dívida
de longo prazo, dão um prejuízo
anual de R$ 18 milhões aos cofres
municipais, segundo a prefeitura.
Desse total, o Anhembi responde por R$ 15,2 milhões, o Pacaembu, por R$ 1,6 milhão, e o autódromo, por R$ 1,2 milhão.
Não há, hoje, avaliação do valor
que esse patrimônio, hoje tão deficitário, alcançaria em leilão.
Mas, para o secretário de Comunicação Social, Antenor Braido, a venda desse patrimônio rende R$ 1,8 bilhão, incluídos aí os
reais a serem obtidos com a privatização do abastecimento de água
e esgoto, hoje a cargo da Sabesp.
A viabilidade financeira dos negócios, porém, não é o grande
empecilho ao projeto. A resistência na Câmara promete ser maior.
É que a privatização do Pacaembu não é consensual, entre outras
razões devido ao fato de que um
dos grupos interessados em adquirir o estádio é a igreja Universal, do bispo Edir Macedo, que sofre resistência fora da bancada
evangélica de vereadores.
Além disso, o estádio está localizado em um bairro tombado, e os
vereadores já vêem restrições à
forma de exploração do imóvel.
É o que diz o vereador Paulo
Frange, líder do PPB, que inclusive apóia o prefeito Celso Pitta.
"Vejo dificuldade em relação ao
Pacaembu porque o bairro é tombado", diz Frange, para quem a
compra do estádio pela igreja não
é um problema "desde que a função do estádio não seja mudada".
Ou seja, "o Pacaembu tem de continuar a ser um estádio para o futebol", afirma.
Braido não vê dificuldades na
aprovação das privatizações. "Temos maioria na Câmara", disse.
Para vender o patrimônio, a
prefeitura deve pedir autorização
à Câmara. O pedido passa por pelo menos três comissões e duas
audiências públicas antes de entrar na pauta de votação. Qualquer ressalva ao projeto, como a
que Frange faz, ou a garantia de
atendimento social, tem de constar da autorização.
"Temos que trabalhar a Câmara, política e tecnicamente", diz
Braido.
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