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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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Para pais, "é caro, mas vale a pena"

DA REVISTA

Com quatro filhos estudando no colégio Nossa Senhora das Graças, no Itaim, a representante de vendas Mônica Lambert Vieira de Sousa, 36, sabe fazer as contas na ponta da língua. "Considerando só a educação, cada filho custa mais ou menos R$ 2.000 por mês. Temos que pagar mensalidades, livros, idiomas, combustível, esportes, lanchinhos", enumera.
Apesar do custo, ela e o marido, engenheiro químico, têm certeza de que fizeram a melhor opção. "Vale a pena mantê-los no Gracinha, quero que todos terminem o ensino médio lá", avalia. A mãe de Danilo, 12, Renan, 11, Bruno, 9, e Mariana, 7, demitiu uma das duas empregadas em prol do ensino.
A postura de Mônica não é exceção entre os pais que mantêm seus filhos na escola particular. Vale a regra: é caro, mas vale a pena. Segundo a pesquisa do Datafolha, a mensalidade escolar consome, em média, 18,2% do orçamento familiar -R$ 469 é a média. Quase metade dos entrevistados (49%) considera o preço adequado e 46%, alto.
"É uma porcentagem alta da renda dedicada à escola, o que mostra a valorização do ensino pela sociedade", diz Juarez Rizzieri, 61, professor da USP e ex-presidente da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Pesquisa de orçamentos familiares da Fipe mostra que o pico de gastos com educação é registrado na faixa dos que ganham acima de 50 salários mínimos. "Trata-se de um bem superior, talvez o mais importante para o casal que tem filhos, junto com saúde. (...) É ela que possibilita a mobilidade social", diz.
Mas Rizzieri considera 18% parcela muito salgada para o ensino, por mais essencial que seja.
Calcular os gastos antes do nascimento do filho é a recomendação de Francis Brode Hesse, 45, executivo da consultoria Planejadores Associados. "Levando em conta que o filho vai ficar 14 anos na escola (até o ensino médio), é razoável jogar R$ 500 por mês para cada filho. Isso será o mínimo", diz. "O ideal é gastar entre 10% e 15% [com mensalidades]."

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