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Detento confessou as 2 mortes à polícia
Policiais investigam se Rosário, acusado de cometer o crime durante saída temporária do hospital, não agrediu mais pessoas
Questionado por jornalista
se estava arrependido,
acusado limitou-se a
balançar a cabeça em
sinal de afirmativo
Fotos Almeida Rocha/Folha Imagem
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Ademir Oliveira do Rosário, 36, suspeito de violentar e assassinar dois irmãos de 13 e 14 anos |
KLEBER TOMAZ
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia paulista afirma que
o detento Ademir Oliveira do
Rosário, 36, que confessou ter
torturado e assassinado dois irmãos de 13 e 14 anos, atacou pelo menos outros 11 meninos.
Todos os garotos, vítimas de
atentado violento ao pudor, teriam sido agredidos em quatro
das dez vezes em que o preso foi
autorizado a deixar o hospital
psiquiátrico onde estava preso.
Policiais também investigam
se Rosário não agrediu ou até
mesmo matou mais pessoas.
Os 11 meninos sobreviventes
têm entre 9 e 17 anos e foram
atacados na região onde ocorreu o duplo assassinato, na serra da Cantareira (zona norte).
Seis deles apontaram o acusado
como o homem que os agrediu.
As demais vítimas ainda não fizeram o reconhecimento.
Rosário estava no Hospital
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 2 de Franco da Rocha
(Grande SP) desde 19 de setembro de 2006 para cumprimento
de desinternação progressiva.
A Secretaria da Administração Penitenciária não detalhou
em que condições o preso obteve o benefício de deixar a unidade aos finais de semana. Ele,
que já foi condenado por roubo,
homicídio e atentado violento
ao pudor, recebeu laudo de dois
psiquiatras. Os laudos foram
usados pela secretaria para obter a sua transferência de Taubaté -onde as saídas são proibidas- para Franco da Rocha.
Nesta última unidade, Rosário teve a primeira permissão
para ficar o fim de semana com
a família em 25 de novembro de
2006. A última foi em 21 de setembro. Um dia depois, segundo teria confessado à polícia,
ele usou uma faca para matar os
irmãos Josenildo José Ferreira
de Oliveira, 13, e Francisco Ferreira de Oliveira Neto, 14.
O acusado, porém, não admitiu ter abusado dos 11 garotos. A
polícia investiga se ele agia com
a ajuda de alguém.
"Relatamos a cena do crime.
Ele chorou e contou como os
matou", disse o delegado Francisco Ielo Neto, do DHPP (Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa).
Rosário foi preso anteontem
pela polícia após três jovens terem dito que foram atacados
por ele no mesmo dia em que os
meninos foram mortos -outras quatro mortes na região
são investigadas. A Justiça decretou a prisão temporária do
suspeito por 30 dias.
De acordo com a delegada
Cíntia Tucunduva, do DHPP,
Rosário tinha predileção por
abordar garotos. Não costumava roubá-los, mas os forçava a
praticar atos sexuais.
"A escolha era aleatória. Ele
ficava numa pedra. Usava faca
ou fingia usar uma para levar as
vítimas a uma trilha. As despia
e amarrava suas mãos com cadarços. Abusava de um e cobria
a cabeça dos demais com roupas", diz a delegada.
Tucunduva afirma que ele
confessou ter matado os dois
garotos porque teve alucinações e cometeu uma "bobeira".
"Ele disse que leões e animais
queriam pegá-lo", afirma a delegada. "Aí falou que dá a "bobeira" e desferiu as facadas no
mais velho. Voltou para o outro
e o matou e, depois, abusou sexualmente dele."
Mostrado à imprensa pela
polícia, Rosário chorava. Questionado pelos repórteres se estava arrependido pelas mortes,
limitou-se a balançar a cabeça
em sinal de afirmativo. Ele ainda não constituiu advogado.
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