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ANS dá nota baixa a 34% das operadoras, mas não as pune
Entre as piores estão apenas empresas pequenas; avaliação analisou o comportamento de 2.000 instituições em 2006
Só 2,8% das empresas, entre planos patrocinados por empresas, cooperativas médicas e odontológicas, tiveram notas mais altas
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) deu notas
baixas para os serviços de saúde
de 34% das operadoras do país.
Segundo a agência, as grandes
empresas não estão entre as
mais mal avaliadas.
A ANS divulgou ontem o programa de qualificação do setor,
que avaliou o comportamento
de 2.000 operadoras em 2006.
Para o diretor-presidente da
agência, Fausto Pereira dos
Santos, os resultados são pouco
satisfatórios, especialmente
nos quesitos relacionados à
atenção à saúde.
O desempenho é medido por
um índice de 0 a 1 -quanto
mais próximo de 0, pior o serviço. Apenas 56% das operadoras
(1.123) participaram. Elas atendem 92% dos beneficiários do
país. Deste total, 34% tiveram
resultado abaixo de 0,5.
"Os números ainda estão
muito aquém do que se gostaria, especialmente no indicador
de desempenho de atenção à
saúde", disse. Segundo ele, as
empresas não tinham tradição
de captar essas informações.
A pesquisa mostra que apenas 2,8% das operadoras, entre
planos patrocinados por empresas, cooperativas médicas e
odontológicas, se enquadraram
na faixa de notas mais altas, entre 0,75 e 1. As empresas foram
avaliadas em relação a aspectos
de assistência à saúde, econômicos, estruturais e de satisfação dos beneficiários.
Segundo a ANS, 833 operadoras (42% do total) não apresentaram dados ou forneceram
informações inconsistentes,
como um volume muito maior
de crianças recém-nascidas na
UTI do que de partos, por
exemplo. Essas empresas atendem a 8% do mercado -3,576
milhões de pessoas.
De acordo com Santos, a pesquisa não tem um caráter punitivo. A idéia é fornecer um indicador a mais para que o beneficiário escolha o plano mais adequado. "Queremos favorecer a
concorrência pela qualidade,
que o usuário tenha outro elemento além do preço e do marketing", afirmou.
Sem dados
Das 833 operadoras que não
fizeram parte da pesquisa, 336
nem sequer enviaram dados.
Destas empresas, 39,6% (133
empresas) continuam a operar.
Outras 151 estão em processo
de cancelamento e 52 já foram
canceladas. Normalmente, são
empresas pequenas, que já
apresentavam problemas. As
que enviaram informações inconsistentes estão sendo
acompanhadas pela agência.
Entre as empresas avaliadas,
Santos afirmou que as de medicina de grupo e odontologia de
grupo apresentaram mais dificuldade para cumprir os requisitos da agência. Mais de 40%
delas foram avaliadas com notas abaixo de 0,5.
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