São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2007

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ANS dá nota baixa a 34% das operadoras, mas não as pune

Entre as piores estão apenas empresas pequenas; avaliação analisou o comportamento de 2.000 instituições em 2006

Só 2,8% das empresas, entre planos patrocinados por empresas, cooperativas médicas e odontológicas, tiveram notas mais altas

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deu notas baixas para os serviços de saúde de 34% das operadoras do país. Segundo a agência, as grandes empresas não estão entre as mais mal avaliadas.
A ANS divulgou ontem o programa de qualificação do setor, que avaliou o comportamento de 2.000 operadoras em 2006.
Para o diretor-presidente da agência, Fausto Pereira dos Santos, os resultados são pouco satisfatórios, especialmente nos quesitos relacionados à atenção à saúde.
O desempenho é medido por um índice de 0 a 1 -quanto mais próximo de 0, pior o serviço. Apenas 56% das operadoras (1.123) participaram. Elas atendem 92% dos beneficiários do país. Deste total, 34% tiveram resultado abaixo de 0,5.
"Os números ainda estão muito aquém do que se gostaria, especialmente no indicador de desempenho de atenção à saúde", disse. Segundo ele, as empresas não tinham tradição de captar essas informações.
A pesquisa mostra que apenas 2,8% das operadoras, entre planos patrocinados por empresas, cooperativas médicas e odontológicas, se enquadraram na faixa de notas mais altas, entre 0,75 e 1. As empresas foram avaliadas em relação a aspectos de assistência à saúde, econômicos, estruturais e de satisfação dos beneficiários.
Segundo a ANS, 833 operadoras (42% do total) não apresentaram dados ou forneceram informações inconsistentes, como um volume muito maior de crianças recém-nascidas na UTI do que de partos, por exemplo. Essas empresas atendem a 8% do mercado -3,576 milhões de pessoas.
De acordo com Santos, a pesquisa não tem um caráter punitivo. A idéia é fornecer um indicador a mais para que o beneficiário escolha o plano mais adequado. "Queremos favorecer a concorrência pela qualidade, que o usuário tenha outro elemento além do preço e do marketing", afirmou.

Sem dados
Das 833 operadoras que não fizeram parte da pesquisa, 336 nem sequer enviaram dados. Destas empresas, 39,6% (133 empresas) continuam a operar. Outras 151 estão em processo de cancelamento e 52 já foram canceladas. Normalmente, são empresas pequenas, que já apresentavam problemas. As que enviaram informações inconsistentes estão sendo acompanhadas pela agência.
Entre as empresas avaliadas, Santos afirmou que as de medicina de grupo e odontologia de grupo apresentaram mais dificuldade para cumprir os requisitos da agência. Mais de 40% delas foram avaliadas com notas abaixo de 0,5.


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