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Autoridade evita investigação, diz especialista
DA AGÊNCIA FOLHA
Casos de assassinatos de moradores de rua não ficam sem
solução à toa: há policiais, seguranças ou comerciantes por
trás e, por isso, as autoridades
não têm interesse em investigar a fundo. Essa é a opinião de
entidades de direitos humanos.
"É desinteresse, relaxo ou
uma força que manipula por
trás disso, pois pode chegar em
quem comanda o esquema", diz
o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral de Rua.
Segundo ele, há "jogo de interesse". "No caso do massacre de
2004, não foi feita nem perícia.
Esses fatos não são isolados. Há
pessoas incomodadas, que dizem que os moradores de rua
sujam, causam transtornos."
Para o presidente da Associação Rede Rua, Alderon Costa,
"a polícia é corporativista e só
se preocupa com as classes média e alta". Para ele, "é desesperançoso saber que os casos ficaram sem solução. Isso só aumenta a violência, já que há
uma cultura da impunidade."
Costa diz que "está mais do
que comprovado que há participação de policiais ou seguranças em alguns casos" e que "o
comércio tem um preconceito
forte contra a população de rua,
porque acha que ela atrapalha".
Segundo Adriana Loche, secretária-executiva do Centro
Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São
Paulo, o que acontece pode ser
chamado de "limpeza social".
(CA e TR)
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