São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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Autoridade evita investigação, diz especialista

DA AGÊNCIA FOLHA

Casos de assassinatos de moradores de rua não ficam sem solução à toa: há policiais, seguranças ou comerciantes por trás e, por isso, as autoridades não têm interesse em investigar a fundo. Essa é a opinião de entidades de direitos humanos.
"É desinteresse, relaxo ou uma força que manipula por trás disso, pois pode chegar em quem comanda o esquema", diz o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral de Rua.
Segundo ele, há "jogo de interesse". "No caso do massacre de 2004, não foi feita nem perícia. Esses fatos não são isolados. Há pessoas incomodadas, que dizem que os moradores de rua sujam, causam transtornos."
Para o presidente da Associação Rede Rua, Alderon Costa, "a polícia é corporativista e só se preocupa com as classes média e alta". Para ele, "é desesperançoso saber que os casos ficaram sem solução. Isso só aumenta a violência, já que há uma cultura da impunidade."
Costa diz que "está mais do que comprovado que há participação de policiais ou seguranças em alguns casos" e que "o comércio tem um preconceito forte contra a população de rua, porque acha que ela atrapalha".
Segundo Adriana Loche, secretária-executiva do Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, o que acontece pode ser chamado de "limpeza social". (CA e TR)


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