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Método é criticado por médicos e não tem aval de órgão do setor
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas consultados
criticaram o uso da injeção,
procedimento que chegou a ser
classificado como "absurdo".
O método não tem aval da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, segundo o presidente da entidade, José Tariki.
Ele disse desconhecer a utilização da injeção no Brasil. "Nunca vi nenhuma apresentação de
estudos nos fóruns científicos."
A psiquiatra Carmita Abdo,
coordenadora do Projeto Sexualidade da USP, avalia que a
injeção de colágeno pode ser
uma alternativa quando a mulher não se predispõe a se tocar
e a conhecer suas zonas de prazer, mas acredita que há soluções menos invasivas, como os
exercícios vaginais.
Já o psicólogo e o sexólogo
Amaury Mendes Júnior, do Rio
de Janeiro, classifica a injeção
como "absurda". "A injeção é
dada em um local muito vascularizado, delicado. Tem uma série de efeitos colaterais. É uma
leviandade. Nenhum médico
ou sexólogo de responsabilidade vai se atrever a expor uma
paciente a riscos só para [o ponto G] ficar mais aparente. Não
tem trabalho científico que
ateste a segurança disso."
Para ele, a injeção atende a
um público para o qual o importante é o desempenho sexual, não o desejo. "O desejo é
subjetivo. Tem que criar, ter
fantasia e ninguém quer perder
tempo. Hoje, passa-se logo para
a excitação e o orgasmo, sem
estabelecer um vínculo."
O ginecologista Theo Lerner,
também especializado em sexologia, vai na mesma linha. "É
uma grande jogada de marketing. Se não existe nem consenso sobre o ponto G, como é que
se cria uma injeção para melhorá-lo? Não faz o menor sentido.
O que o colágeno faz é criar um
"calombo" no local e deixar a
área mais sensível."
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