São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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Método é criticado por médicos e não tem aval de órgão do setor

DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas consultados criticaram o uso da injeção, procedimento que chegou a ser classificado como "absurdo".
O método não tem aval da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, segundo o presidente da entidade, José Tariki. Ele disse desconhecer a utilização da injeção no Brasil. "Nunca vi nenhuma apresentação de estudos nos fóruns científicos."
A psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade da USP, avalia que a injeção de colágeno pode ser uma alternativa quando a mulher não se predispõe a se tocar e a conhecer suas zonas de prazer, mas acredita que há soluções menos invasivas, como os exercícios vaginais.
Já o psicólogo e o sexólogo Amaury Mendes Júnior, do Rio de Janeiro, classifica a injeção como "absurda". "A injeção é dada em um local muito vascularizado, delicado. Tem uma série de efeitos colaterais. É uma leviandade. Nenhum médico ou sexólogo de responsabilidade vai se atrever a expor uma paciente a riscos só para [o ponto G] ficar mais aparente. Não tem trabalho científico que ateste a segurança disso."
Para ele, a injeção atende a um público para o qual o importante é o desempenho sexual, não o desejo. "O desejo é subjetivo. Tem que criar, ter fantasia e ninguém quer perder tempo. Hoje, passa-se logo para a excitação e o orgasmo, sem estabelecer um vínculo."
O ginecologista Theo Lerner, também especializado em sexologia, vai na mesma linha. "É uma grande jogada de marketing. Se não existe nem consenso sobre o ponto G, como é que se cria uma injeção para melhorá-lo? Não faz o menor sentido. O que o colágeno faz é criar um "calombo" no local e deixar a área mais sensível."


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