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Geneticista optou por colégio bilíngüe, com "maior visão de mundo"
Para Lygia da Veiga Pereira, escola deve despertar curiosidade
VERÔNICA COUTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A geneticista Lygia da Veiga
Pereira, 41, professora da USP e
responsável pelo primeiro camundongo transgênico do Brasil, queria para as filhas Gabriela, 5, e Maria, 3, uma escola que
oferecesse uma percepção ampla do mundo e que provocasse
a vontade de conhecê-lo.
Depois de muitas dúvidas, a
opção foi por uma instituição
britânica e bilíngüe. Para Lygia,
o inglês é importante para abrir
logo cedo o acervo do conhecimento mundial. "O valor principal de uma boa escola é fazer
despertar a curiosidade das
crianças e mostrar que o mundo é grande, que há diversidade
de experiências, de gente e de
culturas", diz. "Quero que elas
saibam questionar."
No início, Lygia ficou insegura quanto aos possíveis impactos produzidos por uma educação em um idioma não-nativo
-e diferente daquele usado no
contexto cultural em que as
meninas estão imersas. "Ainda
me angustia o fato de que elas
serão alfabetizadas em inglês."
Mas ela acabou por concluir
que as metodologias atuais, baseadas em fonética, funcionam.
"O mundo fica, de início,
maior e mais transitável", justifica. "Quando eu viajar ao exterior, elas vão poder ir ao cinema, circular, conhecer coisas
diferentes."
Na opinião de Lygia, a experiência da diversidade deve
acontecer na própria escola,
em um ambiente que reúna
formas diversas de ser e pensar,
independentemente do perfil
socioeconômico dos alunos.
"Uma desvantagem da escola é
não ser muito grande. Queria
que fosse grande o suficiente
para ter várias tribos."
Na hora da escolha, a pesquisadora, que é neta do editor e livreiro José Olympio (1902-1990), recebeu indicações favoráveis de conhecidos que já tinham filhos na escola e acompanhou a experiência de sobrinhos que estudavam lá há mais
tempo. Finalmente, pesou na
decisão a localização, próxima
de casa. A pesquisadora leva as
crianças à escola a pé.
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