São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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Educadores dizem que proposta pedagógica é o mais importante

Escola deve explicar com clareza aos pais as metodologias que são utilizadas

Eduardo Knapp/Folha Imagem
A atriz Débora Duboc, com o marido, o cineasta Toni Venturi, e os filhos Theo (à esquerda) e Otto

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Só na capital paulista, há mais de mil escolas particulares. Qual delas é a melhor para seu filho? A resposta, afirmam os educadores, deve se basear tanto em questões pedagógicas quanto práticas.
"A proposta pedagógica é o fator mais importante. Os pais têm de entender direitinho o que a escola está apresentando, mesmo que a família não conheça as diversas metodologias e opções", afirma Silvia Colello, professora da Faculdade de Educação da USP.
"O colégio precisa traduzir os termos e as idéias, para que o pai saiba se o projeto se encaixa no que ele espera para seu filho. Deve-se desconfiar dos que não explicam corretamente", diz.
O ideal, sugerem os especialistas, é que os pais visitem a escola, junto com o filho, e conversem com um responsável. Além disso, também ajudam conversas com pais que já têm filhos no colégio avaliado.
"Tudo isso é importante para que a família tenha informações tanto sobre a proposta quanto sobre a sua execução", diz Ana Maria Di Grado Hessel, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP.
"Hoje em dia, muitas escolas utilizam jargões bonitos, como construtivismo, mas na prática isso é só marketing. Na verdade, usam apenas os métodos tradicionais", afirma Hessel.
Caso seja impossível a conversa prévia com famílias cujos filhos já estudam na escola, Hessel recomenda que os pais "se inteirem mais intensamente" do primeiro ano letivo da criança no colégio.
Além da análise da proposta pedagógica, a recomendação dos educadores é que se verifique o perfil dos professores -como são escolhidos e qual a formação deles.
A presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto, cita ainda outros fatores educacionais a serem levados em conta: "Na identificação das escolas, devem ser considerados tempo de estudo, relação com os professores, cobranças e formação de atitudes. Os aspectos devem ter uma sintonia com a expectativa familiar do desenvolvimento de seu filho".
Aliados aos aspectos pedagógicos, os pais devem analisar também fatores práticos. Um deles é o tempo que o aluno demorará para chegar ao colégio.
"Para quem mora em São Paulo, distância tornou-se um problema, devido ao tempo que a criança fica no trânsito. Dificilmente não haverá uma boa escola no próprio bairro ou na vizinhança próxima", diz a psicopedagoga Maria Irene Maluf.
Outro ponto a ser considerado é a segurança oferecida pelo colégio -tanto para os estudantes quanto para os pais que levam seus filhos.
As mensalidades também são cruciais, dizem os educadores. Isso porque, se a família não conseguir pagar as parcelas, a troca de colégio pode ser prejudicial ao estudante.


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