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ACIDENTE
Nas proximidades de Sertãozinho, motorista passou mal e perdeu controle do veículo; entre os mortos, uma grávida
Ônibus que levava doentes cai e mata 10
Edson Silva/Folha Imagem
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Ônibus que caiu em barranco e capotou após motorista perder a direção em rodovia no interior de São Paulo; dez pessoas morreram |
KATIUCIA MAGALHÃES
AFRA BALAZINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Dez pessoas morreram e 20 ficaram feridas em um acidente que
envolveu um ônibus da Prefeitura
de Pontal (351 km a noroeste de
São Paulo) que transportava pacientes da cidade para o HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão
Preto, ontem de manhã, na rodovia Armando Salles de Oliveira,
no trevo de Sertãozinho (335 km a
noroeste da capital).
O motorista que dirigia o ônibus, Olavo Leme, 63, sofreu um
infarto no momento do acidente,
segundo exame necroscópico do
Cemel (Centro de Medicina Legal), de Ribeirão Preto. Passageiros afirmaram ter visto o motorista passar mal segundos antes de
ele perder o controle do ônibus,
um modelo Mercedes de 1987.
Leme chegou a ser atendido,
mas morreu no hospital. Também estão entre os mortos um bebê de três meses, um menino de
oito anos e uma mulher grávida
de seis meses -o feto, do sexo feminino e totalmente formado, foi
retirado sem vida no Cemel.
De acordo com a Polícia Rodoviária, o ônibus, que saiu às 6h de
Pontal, levava 38 pessoas. Havia
chovido muito à noite, mas, na
hora do acidente, só estava garoando. O motorista perdeu o
controle do veículo, caiu de frente
em uma ribanceira com cerca de
cinco metros de altura e capotou.
Segundo o sargento Pérsio
Moura, o ônibus estava com o tacógrafo -aparelho que registra a
velocidade em um trajeto- quebrado, o que impediu estimar a
velocidade no acidente.
Os feridos foram encaminhados
para a Santa Casa de Misericórdia
e para o hospital Netto Campello,
ambos em Sertãozinho.
O caso mais grave é de José Bezerra de Araújo, que teve traumatismo craniano e está na UTI
(Unidade de Tratamento Intensivo) da Santa Casa. Oito passageiros saíram ilesos do acidente.
Segundo o legista Nélio Rezende, os corpos estavam muito machucados. "Eles morreram por
traumatismo craniano, torácico e
por asfixia após compressão torácica. Alguns tinham politraumatismos", afirmou Rezende.
O secretário de Saúde de Pontal,
Sidney Infante, disse que o ônibus
levava pacientes da cidade para
fazerem tratamentos especializados no HC. É comum as prefeituras da região enviarem ônibus
diariamente ao hospital.
"Todos os dias, sai um ônibus
de manhã levando o pessoal para
o Hospital das Clínicas. Às vezes,
moradores da cidade também pegam o ônibus como carona para ir
a Ribeirão", contou.
Motorista
Infante disse que o motorista estava aposentado e prestava serviços para a prefeitura havia 30
anos. O secretário afirmou que
Leme não bebia e era um motorista experiente. "Não imagino o que
possa ter acontecido, mas duvido
que ele tenha dormido ao volante.
Na minha opinião, ele [o motorista] passou mal", disse Infante, antes de saber do resultado do exame necroscópico.
O prefeito de Pontal, Antônio
Luís Garnica (PTB), decretou três
dias de luto na cidade e disse que
tomará as providências com relação aos parentes das vítimas. Os
corpos estavam sendo velados coletivamente ontem à noite, no Ginásio Municipal de Esportes. Até
as 19h45, cerca de 10 mil pessoas
haviam passado pelo local. O enterro será hoje cedo.
As outras vítimas são Lucas Marques Lima, de três meses, Élcio Pedro de Freitas,
52, Éder Júnior C. de Oliveira Almeida, 8,
Deni Aparecida de Oliveira, 33, Maria do
Carmo Aparecida Santos de Oliveira, 43,
José Lucas Ribeiro, 63, Maria Pereira da
Silva, 64, Paulo Roberto Carnelós, 48, e
Luiz Paulo Aragão Carnelós, 14
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