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Bebê prematuro faria última consulta
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O bebê Lucas Marques Lima, de
três meses, que morreu no acidente, estava indo ao Hospital das
Clínicas para sua última consulta
de retorno. Segundo Creusa Francisco Souza Barbosa, tia da criança, o menino nasceu prematuro,
após a mãe fazer tratamento para
engravidar. "Ele era filho único e
sua mãe [Lucilene Marques da
Silva] não pode mais ter filhos."
Silva quebrou a clavícula, o pé e
o tornozelo e sofreu ferimentos
no rosto devido a estilhaços de vidro. Ela foi atendida na Santa Casa de Sertãozinho. Ontem à noite,
era esperada no velório do filho
no Ginásio Municipal de Esportes
de Pontal.
A costureira Aparecida Alessandra Bassi, 27, levava sua filha, Natália Carolina Bassi, 8, para um
exame na perna. Seu sogro, João
Benedito Bassi, 55, estava junto.
"Nós estávamos sentados no
meio do ônibus e de repente, tudo
começou a virar. Foi horrível. Eu
tentei proteger a minha filha com
meu corpo", disse. A mãe levou
cinco pontos na testa. As duas estavam sentadas nos bancos da
frente. Todos os mortos estavam
na parte traseira do ônibus.
Maria Custódia Dalpino, 51, disse que o marido ia acompanhá-la,
mas decidiu ir trabalhar. Ela estava indo pela primeira vez a Ribeirão fazer ultra-sonografia. Sofreu
ferimentos no rosto e no corpo.
Infarto
Um infarto sofrido pelo motorista Olavo Leme foi a causa do
acidente. Exame necroscópico divulgado na tarde de ontem confirmou o problema cardíaco.
Nilza Lima de Souza, 38, ex-mulher de Leme, disse que ele tinha
pressão alta e sofria de diabetes.
Maria Custódia Dalpino, 51,
uma das sobreviventes, afirmou
ter visto Leme passar mal. "O ônibus começou a ziguezaguear na
pista, e o motorista caiu de lado.
Depois, ele ainda tentou levantar
e virar o volante."
Segundo o secretário de Saúde
de Pontal, Sidney Infante, o motorista não tinha feito exames recentemente. "Parece que ele era
uma pessoa hipertensa, mas tomava seus remédios corretamente", disse.
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