São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2005

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Em SP, classe média reclama da violência; poluição preocupa elite

DA SUCURSAL DO RIO

As maiores insatisfações dos paulistanos variam segundo a renda: enquanto os ricos estão mais descontentes com a poluição e problemas ambientais, os pobres reclamam prioritariamente do serviço de água. Já a grande preocupação da classe média é com violência e vandalismo.
Os entrevistados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) escolheram, entre nove variáveis, os itens de condição de vida com que estão mais insatisfeitos em suas capitais. Foram excluídas apenas as variáveis de renda e alimentação, que estariam mais relacionadas a políticas macroeconômicas.
A poluição, insatisfação maior dos ricos de São Paulo, segundo a pesquisa de qualidade de vida, é compartilhada com as classes A (renda acima de R$ 7.481) de apenas três capitais brasileiras: Macapá, Recife e Vitória. De modo geral, a maior preocupação dos mais favorecidos economicamente em todas as capitais brasileiras é com a violência ou vandalismo.
No ranking nacional, São Paulo não obteve uma boa colocação na percepção da violência por seus moradores: ficou em 20º lugar. A avaliação dos seus habitantes está 13,64% abaixo da média nacional. A pergunta da FGV feita a respeito da avaliação da violência ou vandalismo procurou medir a percepção do problema só na área de moradia do entrevistado.
No país todo, à medida que a renda diminui, o quesito da violência como pior problema divide espaço com a drenagem e escoamento de água de chuva. Nas classes B, C e D, a violência foi a maior insatisfação em dez capitais.
Entre os mais pobres (com renda abaixo de R$ 300), drenagem e escoamento de água de chuva teve ocorrência em 14 capitais. Na região Norte, esse item foi unanimemente eleito o pior nas sete capitais. Em Boa Vista, foi considerado o mais insatisfatório em todas as classes de rendimento.
No Rio, o que mais incomoda a classe A são problemas com rua ou com vizinhos. O economista da Fundação Getúlio Vargas Fernando Blumenschein, coordenador da pesquisa, explica o fato pela convivência em condomínios de luxo. "Quem mora em prédios no Rio sabe que é complicado."
As classes médias da capital fluminense mantiveram a tendência nacional de descontentamento maior com a violência e vandalismo. Já os mais pobres do Rio têm como o principal problema as condições de moradia da família.


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