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Proteção a mais ricos muda temor, afirma cientista
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mais ricos têm menor
preocupação com a violência
pois recebem mais proteção
pública e podem ter segurança
privada, diz Paulo de Mesquita,
cientista político e secretário-executivo do Instituto São Paulo contra a Violência. "Essa
parcela vive em locais com menor índice de violência."
Para o professor de sociologia da Unicamp Marcelo Ridenti, a pesquisa mostra que no
setor mais pobre e explorado
da população a preocupação é
com algo extremamente necessário para sobreviver -água.
Na pesquisa, São Paulo aparece em 20º lugar na percepção
de violência dos moradores. As
pessoas se sentem mais seguras
que os paulistanos em cidades
também violentas como Vitória (5º) e Rio de Janeiro (9º).
Dados do Ministério da Justiça mostram que a taxa média
de homicídios dolosos por 100
mil habitantes entre 2001 e
2003 foi maior em Vitória, com
56,7 -São Paulo teve média de
44,3 e o Rio de Janeiro, 38,8.
Segundo o diretor do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), Theo Dias, nos
anos 80 pesquisas dos EUA
mostraram que a ocorrência do
crime é só uma das causas para
o medo. Ele diz que deve ser levado em consideração para a
sensação de insegurança o caos
urbano, a depredação da cidade e a falta de espaços públicos.
Para Karyna Sposato, diretora-executiva do Ilanud (Instituto Latino-Americano das
Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do
Delinqüente), mesmo quem
não é o principal alvo se preocupa. "Alguns autores adotam
a perspectiva de que se vive numa sociedade do medo. As pessoas se sentem vítimas em potencial."
(AFRA BALAZINA)
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