São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2005

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Proteção a mais ricos muda temor, afirma cientista

DA REPORTAGEM LOCAL

Os mais ricos têm menor preocupação com a violência pois recebem mais proteção pública e podem ter segurança privada, diz Paulo de Mesquita, cientista político e secretário-executivo do Instituto São Paulo contra a Violência. "Essa parcela vive em locais com menor índice de violência."
Para o professor de sociologia da Unicamp Marcelo Ridenti, a pesquisa mostra que no setor mais pobre e explorado da população a preocupação é com algo extremamente necessário para sobreviver -água.
Na pesquisa, São Paulo aparece em 20º lugar na percepção de violência dos moradores. As pessoas se sentem mais seguras que os paulistanos em cidades também violentas como Vitória (5º) e Rio de Janeiro (9º).
Dados do Ministério da Justiça mostram que a taxa média de homicídios dolosos por 100 mil habitantes entre 2001 e 2003 foi maior em Vitória, com 56,7 -São Paulo teve média de 44,3 e o Rio de Janeiro, 38,8.
Segundo o diretor do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), Theo Dias, nos anos 80 pesquisas dos EUA mostraram que a ocorrência do crime é só uma das causas para o medo. Ele diz que deve ser levado em consideração para a sensação de insegurança o caos urbano, a depredação da cidade e a falta de espaços públicos.
Para Karyna Sposato, diretora-executiva do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente), mesmo quem não é o principal alvo se preocupa. "Alguns autores adotam a perspectiva de que se vive numa sociedade do medo. As pessoas se sentem vítimas em potencial." (AFRA BALAZINA)


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