São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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Greve de docentes no Ceará faz 143 dias

Paralisação é uma das mais longas na história das universidades públicas; eles querem inclusão de reajuste no Orçamento

A UECE tem 18 mil alunos e cerca de mil professores; o primeiro semestre letivo da graduação não terminou por causa da greve geral


KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O primeiro semestre letivo dos cursos de graduação da UECE (Universidade Estadual do Ceará) ainda não terminou por causa de uma greve geral dos docentes, que completa hoje 143 dias, uma das mais longas na história das universidades públicas do país.
As negociações entre docentes e o governo do Estado entraram em impasse, primeiro por causa das eleições e, em seguida, em razão da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Os professores exigem que o governo inclua no orçamento de 2007 reajuste que seria gerado pela aprovação de um plano de cargos e carreiras, que ainda precisa tramitar na Assembléia Legislativa do Estado.
A UECE tem cerca de mil professores e 18 mil alunos. O salário-base de um professor com mestrado em início de carreira é de R$ 800. Um professor com doutorado, segundo o sindicato da categoria, não ganha mais do que R$ 2.000.
Derrotado na última eleição, o governador Lúcio Alcântara (PSDB) alega que não pode fazer mais nada, pois a LRF não permite que um governo deixe despesas para o sucessor.
A reitoria da UECE chegou a fazer um novo calendário letivo, prevendo o término do primeiro semestre de 2006 ainda este ano e o início do segundo semestre em dezembro, mas os grevistas não o acataram. As aulas, por esse novo calendário, deveriam ter recomeçado na segunda-feira passada.
Enquanto isso, o vestibular para o primeiro semestre de 2007 ainda está mantido, mas não há previsão de quando essas aulas devem começar.
Segundo Eudes Baima, do Sinduece (Seção Sindical dos Docentes da UECE), os grevistas querem que o atual governo e o próximo, de Cid Gomes (PSB), acatem a reivindicação.


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