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Greve de docentes no Ceará faz 143 dias
Paralisação é uma das mais longas na história das universidades públicas; eles querem inclusão de reajuste no Orçamento
A UECE tem 18 mil alunos e cerca de mil professores; o primeiro semestre letivo da graduação não terminou por causa da greve geral
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O primeiro semestre letivo
dos cursos de graduação da
UECE (Universidade Estadual
do Ceará) ainda não terminou
por causa de uma greve geral
dos docentes, que completa hoje 143 dias, uma das mais longas
na história das universidades
públicas do país.
As negociações entre docentes e o governo do Estado entraram em impasse, primeiro
por causa das eleições e, em seguida, em razão da LRF (Lei de
Responsabilidade Fiscal).
Os professores exigem que o
governo inclua no orçamento
de 2007 reajuste que seria gerado pela aprovação de um plano
de cargos e carreiras, que ainda
precisa tramitar na Assembléia
Legislativa do Estado.
A UECE tem cerca de mil
professores e 18 mil alunos. O
salário-base de um professor
com mestrado em início de carreira é de R$ 800. Um professor
com doutorado, segundo o sindicato da categoria, não ganha
mais do que R$ 2.000.
Derrotado na última eleição,
o governador Lúcio Alcântara
(PSDB) alega que não pode fazer mais nada, pois a LRF não
permite que um governo deixe
despesas para o sucessor.
A reitoria da UECE chegou a
fazer um novo calendário letivo, prevendo o término do primeiro semestre de 2006 ainda
este ano e o início do segundo
semestre em dezembro, mas os
grevistas não o acataram. As
aulas, por esse novo calendário,
deveriam ter recomeçado na
segunda-feira passada.
Enquanto isso, o vestibular
para o primeiro semestre de
2007 ainda está mantido, mas
não há previsão de quando essas aulas devem começar.
Segundo Eudes Baima, do
Sinduece (Seção Sindical dos
Docentes da UECE), os grevistas querem que o atual governo
e o próximo, de Cid Gomes
(PSB), acatem a reivindicação.
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