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Temporais deixam mais de 6.000 desalojados no Sul do país
Um homem morreu ao ser atingido por uma árvore em SC; segundo meteorologistas, chuva deve continuar hoje na fronteira norte do RS, em SC e no PR
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma pessoa morreu e mais
de 6.000 ficaram desalojadas
em razão dos temporais que
atingem a região Sul do país.
Dois municípios do Rio
Grande do Sul e dois de Santa
Catarina decretaram situação
de emergência. Segundo as defesas civis dos Estados, os temporais e enchentes prejudicaram cerca de 25 mil pessoas.
A cidade mais atingida pela
cheia dos rios foi Encantado
(170 km de Porto Alegre), onde
3.500 pessoas tiveram de deixar as suas casas e ir para ginásios e centros comunitários. Segundo os bombeiros, o nível do
rio Taquari, que passa ao lado
da cidade, chegou a subir de 9,7
metros para 15,9 metros.
Em Cerro Largo (547 km de
Porto Alegre), uma chuva de
granizo destelhou aproximadamente 250 casas e prejudicou
cerca de 1.200 pessoas. A cidade já decretou situação de
emergência e recebeu parte dos
colchões, cestas básicas, kits de
limpeza, telhas e lonas entregues pela Defesa Civil na região
norte do Estado.
"Amanhã [hoje], é possível
que a cheia chegue ao rio dos Sinos [próximo de Porto Alegre].
Já há alojamentos preparados
caso a população precise", diz o
capitão Alexsandro Goi, da Defesa Civil gaúcha.
Em Santa Catarina, um homem de 39 anos morreu ao ser
atingido por uma árvore que
tombou com o vendaval em
Campo Alegre (234 km de Florianópolis). Antes do acidente,
ele ainda conseguiu salvar uma
criança.
Na região central do Rio
Grande do Sul, quase 500 lavouras de fumo foram destruídas pela chuva de granizo que
atingiu Santa Cruz do Sul, segundo a Afubra (Associação dos
Fumicultores do Brasil). Os
técnicos da entidade ainda percorrem as plantações para calcular o prejuízo causado pelo
temporal, que afetou cerca de
10% da produção do município.
Outubro chuvoso
Segundo o meteorologista do
Cptec (Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos),
do Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), Marcos
Moura, as fortes chuvas com
vento não são um fenômeno raro nesta época do ano no Sul.
Ele diz que a instabilidade no
tempo foi provocada pelo processo de formação de uma onda
frontal (duas massas de ar, sendo uma mais fria que a outra).
Segundo o Inmet (Instituto
Nacional de Meteorologia) no
Rio Grande do Sul, até ontem, a
estação pluviométrica de Passo
Fundo, na região norte do Estado, apontava 302 milímetros de
chuva acumulada neste mês,
sendo que média mensal de outubro é de 167 milímetros.
Hoje, a chuva deve continuar
na fronteira norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e
no Paraná -onde não há registros graves.
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