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Projeto prevê aumentar valor do IPTU de imóvel vazio
Proposta, que tem aval do prefeito Kassab, estabelece ainda a desapropriação do local após cinco anos; texto irá à votação hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Imóveis e terrenos abandonados ou subutilizados podem
ter o valor do IPTU dobrado a
cada ano em São Paulo. Se mesmo assim não forem melhor
aproveitados, após cinco anos
poderão ser desapropriados
pela prefeitura com pagamento
em títulos da dívida pública.
O projeto que estabelece as
novas regras para imóveis acima de 250 m2 está na pauta de
hoje da Câmara e deve ser
aprovado em primeira votação.
Com o aval do prefeito Gilberto
Kassab (DEM), a proposta é do
líder do governo no Legislativo,
José Police Neto (PSDB).
O objetivo é estimular a ocupação ordenada em áreas com
boa infraestrutura urbana -linhas de metrô e de ônibus, escolas, hospitais etc. O projeto
estabelece que, inicialmente, a
regra vai ser aplicada nas áreas
reservadas pelo plano diretor
para habitações populares, caso da zona cerealista do Brás, e
na região central.
A prefeitura terá de notificar
os proprietários para que, no
prazo de um ano, apresentem
um projeto para o imóvel
-construção de residências,
divisão em lotes etc. Depois, o
proprietário terá dois anos para começar a obra e mais cinco
anos para terminá-la.
Caso o proprietário não
cumpra um desses prazos, a
alíquota do IPTU dobra a cada
ano, podendo chegar a 15% do
valor do imóvel.
Outras áreas
Segundo Police Neto, serão
enquadradas na lei, de imediato, entre 500 e 600 áreas em todos os distritos da cidade e cerca de 150 imóveis no centro.
Depois, a prefeitura terá de enviar projeto à Câmara para determinar em quais outras áreas
a regra poderá ser aplicada.
O Plano Diretor de São Paulo
já prevê a aplicação do IPTU
progressivo para imóveis vazios ou subutilizados de 250 m2
ou mais, mas depende dessa lei
para regulamentação.
Elizabeth Nazar Carrazza,
professora de direito tributário, explica que o objetivo do
IPTU progressivo é ordenar o
crescimento da cidade. Por isso, as regras que estabelecem
sobre quais imóveis a norma
pode ser aplicada têm de estar
estabelecidas no plano diretor.
Kazuo Nakano, urbanista do
instituto Polis, diz que o IPTU
progressivo é um instrumento
importante de desenvolvimento da cidade. "Isso vai possibilitar a ampliação do acesso à terra urbana."
Nakano critica apenas a "trava" colocada no projeto que
permite a aplicação do imposto
progressivo apenas a algumas
áreas da cidade -nas outras,
precisa de uma nova lei. "Não
precisa disso. Uma vez aprovada a regra, o Executivo pode fazer a notificação sem autorização da Câmara."
Police Neto disse que o objetivo do projeto é estabelecer
um foco inicial para a aplicação
da regra. "A ausência de foco
pode fazer com que o instrumento não funcione", afirma o
vereador.
(ES)
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