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Especialistas defendem animais em zoológicos
Responsáveis por zoos e educadores dizem que há, sim, função pedagógica
Em entrevista à Folha, o microbiologista Pedro Ynterian defendeu o fim dos zoológicos; para ele, animais são estressados
FÁBIO GRELLET
DO RIO
Educadores e responsáveis por zoológicos discordam do empresário e microbiologista Pedro Ynterian, 71,
que em entrevista à Folha,
ontem, defendeu o fechamento dos zoos brasileiros.
Segundo ele, zoológicos
causam estresse aos animais,
que chegam a se mutilar, e
não têm importância pedagógica. "A criança pode ver o
leão no zoológico, mas o
comportamento dele é falso.
Acho mais válido assistir a
um documentário", afirmou.
O zootecnista Luiz Pires,
presidente da Sociedade de
Zoológicos do Brasil e diretor
do zoo de Bauru, diz que a
posição dele é equivocada.
"Os animais não se comportam exatamente como na
selva, mas isso não invalida a
visita. Ninguém vai ver um
leão atacar uma zebra, por
exemplo, mas vai conhecer o
tamanho, o ruído, o cheiro e
a cor dos animais", afirma.
Para o diretor técnico-científico do zoo de SP, João
Batista da Cruz, que preside a
Sociedade Paulista de Zoológicos, zoológicos se dedicam
à conservação das espécies.
O professor de biologia Rodrigo Damiano, 33, leva alunos de um colégio particular
de São Carlos ao zoo duas vezes por mês. "O melhor lugar
para dar aulas práticas é lá."
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