São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003 |
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SAÚDE Instituto Nacional de Câncer pesquisou incidência da doença em dez localidades em diferentes períodos da década de 90 Capital de SP e DF lideram em casos de câncer
MICHEL ALECRIM DA SUCURSAL DO RIO Estudo feito pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) em nove municípios brasileiros e no Distrito Federal nos anos 90 mostrou que a maior incidência de câncer está entre os homens paulistanos, que tiveram taxa de 391 para cada 100 mil. Entre as mulheres, o Distrito Federal ocupou a primeira posição, com índice de 374,9. Os dados constam da publicação "Dados dos Registros de Base Populacional - Volume 3", que foi apresentada na sede do Inca, no Rio, para marcar o Dia Nacional de Combate ao Câncer. O documento mostra um crescimento acentuado nos casos de câncer de próstata em São Paulo. No estudo anterior (com base em 1978), a taxa foi de 33 casos por 100 mil habitantes. Na última pesquisa, relativa a 1997 e a 1998, a média anual ficou em 86,36/100 mil, um crescimento de 161,7%. Esse tipo de câncer foi o mais comum entre os homens dos locais estudados. Para a coordenadora de Prevenção e Vigilância do Câncer do Inca, Gulnar Mendonça, o aumento pode ser atribuído às campanhas pelo diagnóstico precoce, que podem ter estimulado a realização de exames. Quando são levados em conta todos os tipos de câncer, a cidade de São Paulo tem a segunda maior taxa de incidência entre mulheres, atrás apenas do Distrito Federal. Contribui para a posição de São Paulo a alta incidência de câncer de mama entre as mulheres. Tanto o câncer de próstata quanto o de mama são mais comuns em países desenvolvidos e mais urbanizados. Sua ocorrência está diretamente relacionada com a média de idade da população. Para o ministro da Saúde, Humberto Costa, ainda é cedo para saber se os dados vão levar a uma mudança na política nacional contra a doença. Segundo os especialistas, o câncer está associado aos hábitos das pessoas. Como prevenção, é recomendável ter alimentação balanceada, praticar exercícios com regularidade e não fumar. Além de São Paulo e Distrito Federal, foram comparados dados de Belém, Campinas, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife e Salvador. A pesquisa do Inca levou em conta períodos diferentes. De Campinas, por exemplo, os dados são de 1991 a 1995. Salvador forneceu informações de 1997 a 2001. Segundo o Inca, a diferença de tempo não causa distorções. Segundo estimativas do Inca, o câncer atinge mais de 400 mil pessoas por ano no Brasil. A campanha de prevenção deste ano contou com o apoio de artistas, como as atrizes Suzana Werner, Bianca Byington, Zezé Polessa e o ator Nelson Xavier. Eles distribuíram margaridas brancas em frente ao Inca, no Rio. Xavier disse que está com suspeita de câncer de próstata. Aos 62 anos, ele nunca tinha feito o exame. "Somos muito displicentes. Achamos que nunca vai acontecer conosco. Comecei a sentir dores há quatro meses e só agora descobri que é a próstata. Ainda espero o diagnóstico preciso." Texto Anterior: Presos no Rio PMs acusados de assassinato Próximo Texto: Doença não está ligada a estresse, dizem estudos Índice |
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