São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VESTIBULAR

De acordo com professores, os candidatos devem começar a prova pelos exercícios nos quais têm mais facilidade

155 mil fazem primeira fase da Fuvest hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

Os 154.514 candidatos que fazem hoje a prova da Fuvest terão, em média, três minutos para resolver cada uma das cem questões da primeira fase. A duração máxima do exame é de cinco horas.
Para a resolução dos testes, professores ouvidos pela Folha concordam em um ponto: começar pelo que julgar mais fácil.
Segundo Caio Calçada, coordenador do Objetivo, o aluno deve procurar as questões da disciplina com a qual possui mais afinidade.
Esse é o método que a candidata a uma vaga em direito Natalia Marcantonio, 18, vai seguir para fazer o exame. Ela pretende começar pelos testes de português, passar para outras questões relacionadas às humanidades e, só no final, "avançar" sobre as questões de exatas. "Vou deixar o que eu acho mais difícil para o fim."
O diretor do Stockler Vestibulares, Agostinho Marques, concorda que o aluno deve começar pelo mais fácil. Para ele, porém, o candidato precisa procurar as questões menos complicadas de todas as disciplinas. Ele recomenda que o candidato dê uma rápida lida na prova inteira antes de começar a resolvê-la. "Se o aluno se embananar, deve pular a questão."
Na mesma linha, segue o coordenador do Anglo Ernesto Birner. Ele indica ao estudante que faça uma leitura do primeiro parágrafo de cada questão. "Se ele sentir confiança de que poderá resolver, deve ir em frente", diz.
Experiente em Fuvest, Alysson Ferreira Batista, 25, que vai concorrer a uma vaga em medicina pela sexta vez, traçou uma estratégia diferente das propostas pelos professores. Ele conta que começará pelas questões mais complicadas, que para ele são as de humanas. "As últimas questões são as piores. A gente já está cansado para resolvê-las. Se for deixar para fazer as mais difíceis no fim, acho que vou me complicar."
Para que o candidato não se atrase e perca a avaliação, é recomendável que chegue ao local do vestibular com uma hora de antecedência, ou seja, às 12h. Os portões serão abertos às 12h30.

"Decoreba"
Para o o coordenador do Objetivo, Caio Calçada, antes de começar a prova, o candidato deve fugir das conversas sobre o assunto. "Evite decorar fórmulas antes de entrar para fazer o exame. Ele pode até se lembrar de uma, mas as chances de se esquecer das outras são muito grandes."
Na véspera do processo seletivo da Fuvest, as estudantes Simoni Hidalgo Dantas, 19, e Paula Dib, 20, escolheram passar o dia com uma multidão de alunos, em um ginásio de esportes, em Ribeirão Preto, para receber as últimas dicas. Diferentemente delas, Carolline Rangel, 19, optou por se isolar dos estudos e passar o sábado em casa, descansando.
A concentração de alunos foi organizada pelas Faculdades COC, que esperava receber cerca de 1.500 estudantes na chamada aula-dica. Até o humorista Ary Toledo foi contratado para distrair os vestibulandos.
A decisão de Carolline de não abrir nenhum livro partiu da experiência de dois anos sem sucesso. "Esta é a terceira vez que eu presto vestibular. Antes eu ficava desesperada e acabava confundindo tudo o que eu já havia aprendido." Carolline, que concorre a uma vaga de psicologia na USP, contou que desde quinta-feira deixou de lado os estudos. "Uma mente tranqüila é essencial durante a prova", disse a vestibulanda, que, para ocupar o tempo livre, ouviu músicas relaxantes e assistiu a alguns filmes.
A estudante Simoni disse que participaria da aula no ginásio porque as últimas dicas são "fundamentais". "Às vezes, uma única palavra-chave é suficiente para relembrarmos tudo o que aprendemos no ano inteiro", disse a vestibulanda. (ALEXANDRE NOBESCHI, FÁBIO TAKAHASHI E FERNANDA BASSETTE)

Texto Anterior: Panorâmica - Combate à AIDS: Passeio ciclístico acontece hoje na zona norte de SP
Próximo Texto: Modelo de estudante: Primeira visita à USP supreende
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.