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Candidato pede "ajuda divina"
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para passar no vestibular da Fuvest, o estudante Thiago Dias, 17,
que tenta uma vaga em marketing, foi muito além dos livros.
Na semana anterior à prova, esteve no campus da USP Leste, onde pretende estudar, e percorreu
várias salas em que orou com os
pés descalços em companhia da
mãe. "Onde colocarmos a planta
dos pés o senhor nos dará como
herança. Está na Bíblia", afirmou
a mãe do candidato, a empresária
Sandra Pitta, 39, que é evangélica.
Ontem, dia da prova, ela deu sete voltas em torno da UniSant'Anna (zona norte), onde o filho fazia
vestibular, e orou em voz alta em
frente ao prédio pedindo pela
aprovação de Thiago. "O povo de
Deus deu sete voltas em torno das
muralhas de Jericó e elas foram ao
chão. Fiz isso aqui para afastar as
dificuldades do meu filho", disse a
mãe, para quem a palavra reprovação não existe. "Profetizo que
ele vai passar", afirmou.
O estudante também está confiante na aprovação. "Acertei 65
questões das cem e acredito que já
estou na segunda fase. Acima de
tudo, a gente conta com o poder
realizador de Deus nas nossas vidas", disse ele, ontem, após ter
conferido o gabarito da prova.
Se Thiago e sua mãe contavam
com a providência divina para a
aprovação, Leandro Barbosa, 21,
morador de São Luiz do Paraitinga (180 km da capital), trouxe no
bolso um amuleto inusitado para
lhe dar sorte na disputa por uma
vaga no curso de audiovisual: um
sapinho de brinquedo. Segundo
ele, o animal é personagem de
uma das marchinhas de Carnaval
pelas quais a cidade é conhecida.
Ao deixar o colégio da zona sul
paulistana, onde fez a prova, ele
apontou o teste de química como
o mais difícil, mas disse não ter tido problemas para resolver as
questões. "O nível estava bom para quem estudou."
Não foi o caso de Márcia Cristina Gallene, 38, que seguiu um roteiro pouco usual na preparação
para o exame. "Não fiz cursinho e
não estudei quase nada em casa."
A candidata a um lugar na FEA-USP (Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade)
se mostrou cansada ao sair da
prova. "A cabeça da gente dá um
nó." Segundo Gallene, matemática foi o matéria que mais deu trabalho. "Fui pelo chute."
Já a empresária Joana Brasiliano, 49, que fez prova com a filha,
Daiane, 17, considerou o exame
apenas um teste. "Foi só uma experiência. Faltou estudo", disse
Joana, que está fora das salas de
aula há 25 anos.
Daiane, que concorre a uma vaga em lazer e turismo, terminou a
prova primeiro e ficou esperando
pela mãe, que faz o vestibular para
ciências contábeis. Para a filha, a
prova estava mais fácil do que o
esperado. "Os enunciados das
questões estavam coerentes e matemática, física e química foram
as disciplinas nas quais tive mais
dificuldade", disse Daiane.
(LUÍSA BRITTO, LUCAS NEVES e THARSILA PRATES)
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