São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Ato contra reajuste nas tarifas sai do Masp às 9h de hoje

UNE estima a presença de 2.000 estudantes na caminhada, a partir das 9h, até a sede da prefeitura, no viaduto do Chá

Manifestação quer barrar aumento nos ônibus acima da inflação; Kassab diz se "associar à manifestação", mas não receberá grupo

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudantes sairão na manhã de hoje da avenida Paulista em direção ao centro de São Paulo em um novo protesto contra o aumento das passagens de ônibus, trens e metrô -todas reajustadas acima da inflação.
O ato terá início às 9h, após concentração no Masp, na Paulista. Em seguida, manifestantes descerão a avenida Brigadeiro Luís Antônio até o centro, onde farão protesto no viaduto do Chá, diante da prefeitura.
Na semana passada, estudantes entraram em confronto com a Polícia Militar em protesto contra o reajuste das tarifas. No terminal Parque Dom Pedro, cerca de 500 pessoas fecharam o acesso ao local e invadiram ônibus para liberar as catracas. No confronto, foram usados pedras e paus, de um lado, e gás lacrimogêneo e balas de borracha, do outro.
Desta vez, o ato será promovido pela UNE (União Nacional dos Estudantes). Na sexta passada, o protesto que terminou em conflito foi organizado pelo Movimento pelo Passe Livre, ligado a jovens anarquistas.
Nesta quinta, dia 30, as tarifas de ônibus, metrô e trens subirão para R$ 2,30. A integração com o bilhete único (que dá direito a uma viagem de metrô ou trem e até três de ônibus) custará R$ 3,50. Hoje, o ônibus custa R$ 2, metrô e trens, R$ 2,10, e o bilhete único, R$ 3.

Apoio do prefeito
Alvo de críticas na semana passada, o prefeito Gilberto Kassab (PFL) afirmou ontem que "se associa à manifestação" porque também não queria que houvesse aumento nas tarifas. "Eu me associo à manifestação dos estudantes que não gostariam que tivesse aumento de tarifa. Eu também não gostaria que tivesse. Infelizmente, esse foi o mínimo valor que foi encontrado", afirmou ele.
O presidente da UNE, Gustavo Petta, disse que pelo menos 2.000 estudantes devem participar da manifestação.
Petta rejeita o apoio de Kassab à manifestação. "Eu não quero a solidariedade do prefeito, quero que ele recue desse aumento abusivo."
O prefeito não estará em seu gabinete na hora do protesto. Às 10h30, horário aproximado em que a passeata deve chegar à sede da prefeitura, o pefelista estará na inauguração de um telecentro na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.
Kassab também não receberá os manifestantes. Ele disse, porém, que os secretários envolvidos com o assunto -Frederico Bussinger, dos Transportes, e Mauro Ricardo Costa, das Finanças- podem receber os estudantes para explicar os cálculos que levaram à definição da nova tarifa.
"Eles [os estudantes] têm todos os secretários que são responsáveis pelo caso para conversar em nome da prefeitura. Afinal de contas, é papel da prefeitura estar à disposição do povo", afirmou Kassab.
Amanhã, a UNE e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) devem entrar na Justiça com pedido de liminar para suspender o aumento nas tarifas. Novo protesto está marcado para quinta, dia em que entram em vigor os novos valores. (EVANDRO SPINELLI)


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