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Vítimas de pílula esperam indenização
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quase dez anos depois, 20
vítimas das pílulas de farinha
Microvlar conseguiram decisão favorável na Justiça -foram cerca de 300 ações. Menos de 10 mulheres já receberam indenização do laboratório Schering, segundo
Cid Scartezzini Filho, advogado da empresa.
O caso ocorreu em junho
de 1998. As pílulas tinham farinha em vez de hormônios.
Elas deveriam ter sido usadas em testes de novas máquinas, mas foram extraviadas e vendidas. O laboratório
produziu cerca de 2 toneladas de pílulas sem efeito de
janeiro a abril daquele ano.
"Conseguimos pouquíssimas indenizações, porque é
muito difícil provar o consumo do produto", diz Mariana
Alves, advogada do Idec.
Ela é a responsável por
quatro ações que envolvem
10 consumidoras. Até agora,
ganhou uma: duas mulheres
receberam R$ 35 mil e R$ 70
mil por danos morais. "Ninguém guardou as caixas. Os
juízes pedem provas de consumo dos lotes específicos, o
que é complicado."
No caso do Contracep, o
processo poderá ser mais
simples, uma vez que um
profissional da saúde deve
necessariamente aplicar o
medicamento e poderá ser
testemunha no processo.
Eunides Oliveira, 37, é
uma das consumidoras que
ainda esperam uma indenização. Ela recebe um salário
mínimo mensal da Schering.
Quando engravidou, recebeu auxílio para o parto e
convênio médico para ela e
para o filho e obteve na Justiça a pensão. "O que ganho
não é suficiente. Engravidar
sem planejar é um sufoco. É
um absurdo que essa história
se arraste por tanto tempo.
Meu filho já tem quase nove
anos."
(JULLIANE SILVEIRA)
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