São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2007

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Vítimas de pílula esperam indenização

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quase dez anos depois, 20 vítimas das pílulas de farinha Microvlar conseguiram decisão favorável na Justiça -foram cerca de 300 ações. Menos de 10 mulheres já receberam indenização do laboratório Schering, segundo Cid Scartezzini Filho, advogado da empresa.
O caso ocorreu em junho de 1998. As pílulas tinham farinha em vez de hormônios. Elas deveriam ter sido usadas em testes de novas máquinas, mas foram extraviadas e vendidas. O laboratório produziu cerca de 2 toneladas de pílulas sem efeito de janeiro a abril daquele ano.
"Conseguimos pouquíssimas indenizações, porque é muito difícil provar o consumo do produto", diz Mariana Alves, advogada do Idec.
Ela é a responsável por quatro ações que envolvem 10 consumidoras. Até agora, ganhou uma: duas mulheres receberam R$ 35 mil e R$ 70 mil por danos morais. "Ninguém guardou as caixas. Os juízes pedem provas de consumo dos lotes específicos, o que é complicado."
No caso do Contracep, o processo poderá ser mais simples, uma vez que um profissional da saúde deve necessariamente aplicar o medicamento e poderá ser testemunha no processo.
Eunides Oliveira, 37, é uma das consumidoras que ainda esperam uma indenização. Ela recebe um salário mínimo mensal da Schering.
Quando engravidou, recebeu auxílio para o parto e convênio médico para ela e para o filho e obteve na Justiça a pensão. "O que ganho não é suficiente. Engravidar sem planejar é um sufoco. É um absurdo que essa história se arraste por tanto tempo. Meu filho já tem quase nove anos." (JULLIANE SILVEIRA)


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