Segundo a polícia, criança foi golpeada na cabeça e sufocada com um saco plástico em Arraial do Cabo, Região dos Lagos

Garota estava desaparecida desde o domingo, quando acompanhava a mãe a uma festa no morro do Caboclo, área de baixa renda

LUISA BELCHIOR
ENVIADA A ARRAIAL DO CABO (RJ)

Uma menina de 5 anos foi estuprada e morta em Arraial do Cabo, município da Região dos Lagos, que fica a cerca de 160 quilômetros do Rio. Raíssa dos Santos Fernandes, que morava em Cabo Frio, vizinha a Arraial, levou um golpe na cabeça e foi sufocada com um saco plástico.
A menina estava desaparecida desde a tarde de domingo, quando acompanhava a mãe, a desempregada Áurea dos Santos Fernandes, 24, numa festa no morro do Caboclo, em uma área de baixa renda em Arraial.
A polícia encontrou seu corpo, por volta das 6h de anteontem, com um saco plástico na cabeça, na beira da estrada do Arraial, próxima ao morro.
No atestado de óbito de Raíssa, consta que ela sofreu traumatismo craniano e violência física. Mas a perícia policial afirmou ter constatado estupro e sufocamento. A polícia disse que tentará identificar impressões digitais no saco plástico que envolvia sua cabeça.
A última versão da polícia, feita com base em depoimentos da família e de pessoas que estiveram na festa, diz que a menina sumiu por volta das 19h.
A comemoração, na casa do chefe de manutenção Evaldo de Souza, 54, começou às 22h de sábado. No domingo, por volta das 14h, os convidados, segundo ele, voltaram para um churrasco. Por volta das 18h, foram a um bar próximo assistir a um jogo de futebol pela TV. Depois disso, Raíssa sumiu.
A 126ª DP (Cabo Frio), onde o caso está sendo investigado, informou que está levantando a ficha de todos os participantes da festa identificados.
Ninguém havia sido preso até o início da noite de ontem, mas a Polícia Militar informou que procurava por suspeitos, entre eles um suposto ex-namorado da mãe da menina.

Luto na escola
A escola em que Raíssa estudava cancelou as aulas de todos os 502 alunos ontem. "A escola toda está de luto. Foi muito chocante", contou Olga Mendes dos Santos, diretora do Colégio Municipal Professora Cláudia Muzio. Ela definiu Raíssa como uma menina "tímida e triste".
Moradores se disseram assustados com uma seqüência de três crianças mortas em um mês na região. "Há umas três semanas, em Araruama [também na Região dos Lagos], um menino de dois anos sofreu abuso sexual do padrasto. Na semana retrasada, foi uma menina de nove anos que morreu atropelada em São Cristóvão [bairro de Cabo Frio]", afirmou Virgílio Souza, dono da funerária local que atendeu a família de Raíssa.


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