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Sobram 12 mil vagas em instituições públicas
Nas estaduais, número de lugares ociosos aumentou 9%; nos estabelecimentos federais de ensino, mais do que dobrou
Motivos vão de desinteresse à falta de dinheiro ou de dificuldade de acompanhar aula, o que gera evasão, à pouca divulgação de cursos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Instituições que têm alguns
dos vestibulares mais concorridos estão cada vez mais com vagas sobrando. Ao todo, são
11.759 lugares vagos em universidades públicas e gratuitas.
O dado está no Censo da
Educação Superior: de 2007
para 2008, o número de vagas
ociosas nas instituições estaduais aumentou 9%; nas federais, mais do que dobrou, passando de 3.400 para 7.387 (aumento de 117%). Nessa conta
estão incluídas universidades e
institutos federais de educação
tecnológica, que oferecem ensino técnico de nível superior.
Para Reynaldo Fernandes,
presidente do Inep (instituto ligado ao MEC), o fenômeno nas
instituições públicas está relacionado, principalmente, aos
alunos que acabam mudando
de graduação, o que faz sobrar
vagas nos cursos de origem.
Outro problema é a evasão,
seja por falta de dinheiro ou dificuldade de acompanhar as aulas. O secretário-executivo da
Andifes (Associação Nacional
dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior),
Gustavo Balduíno, disse que esse é um problema que sempre
se enfrentou nas universidades. Segundo ele, as instituições estão buscando atacá-lo
aumentando a assistência estudantil, com verbas para moradia e alimentação, por exemplo,
e investindo em acompanhamento pedagógico dos alunos
que entram com mais deficiências trazidas do ensino básico.
Segundo ele, também pode
ter contribuído para o aumento
das vagas ociosas o baixo interesse e a pouca divulgação de
cursos recém-abertos, principalmente no interior do país.
Outro problema, no entanto,
pode ser um desinteresse dos
próprios alunos em concluírem
seus cursos no tempo certo. Para João Ferreira de Oliveira,
professor da UFG (Universidade Federal de Goiás), uma justificativa pode ser a ampliação
dos prazos de jubilamento. "O
aluno começa a trabalhar, tranca disciplinas e acaba estendendo o curso", diz.
Além das vagas ociosas, o
censo revelou que, apesar do
aumento expressivo das matrículas nas federais, o número de
alunos formados caiu 6%. Segundo a Andifes, isso se deve ao
término de diversas turmas especiais criadas nas universidades para professores.
É o caso da Fundação Universidade Federal de Rondônia, que apresentou a maior
queda no número de formados
entre as federais: de 3.238 para
772. A federal de Rondônia afirma que em 2007 o número de
graduados teve um aumento
devido ao Programa de Habilitação de Professores Leigos do
governo do Estado, que ofereceu curso superior a professores que não tinham graduação.
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