São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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entrevista

Forma de invadir favelas não é a mais correta

DE SÃO PAULO Coordenadora do Núcleo de Estudos em Criminologia e Direitos Humanos da Universidade Federal Fluminense, Edna Del Pomo diz que a polícia do Rio falhou por não ter conseguido fazer uma ação preventiva que evitasse ataques de criminosos. (FT)

 

Folha - Como a sra. avalia a ação no Rio?
Edna Del Pomo -
Estamos numa situação limite, a polícia deve agir com rigor, impedindo os atentados. Mas a forma de invadir aquelas favelas não é a mais correta.
A secretaria [de Segurança] deveria ter previsto a reação quando se criou as UPPs.

O governo diz que já esperava a reação...
Acho que eles não estavam preparados. Deveria agir antecipadamente, com escutas, infiltrações. Agora, estamos nesse pânico. Pessoas inocentes foram mortas.
Os atos terroristas iriam acabar, porque os criminosos não têm como mantê-los.

Mas os relatos indicam que a comunidade tem dado apoio à chegada da polícia.
Isso pode ser mais no entorno. Por outro lado, há relatos de família que perdeu a filha e reclama da truculência.
O tráfico de drogas é muito complexo. Deveria se analisar também a entrada de drogas e armas. O morro é a última ponta da rede. Não é combatendo a ponta que você acaba com o tráfico.

As ocupações devem continuar? É necessário ocupar o Complexo do Alemão?
Sou contra essa truculência, em qualquer circunstância. Teria de haver uma ação mais de planejamento, infiltração e escutas, para pegar os jovens sem pegar tantas pessoas inocentes.


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