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Texto de projeto do Renda Mínima será alterado
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o secretário
Floriano Pesaro, de Assistência
e Desenvolvimento Social, afirmaram ontem que o menor valor pago a famílias carentes pelo programa municipal Renda
Mínima passará dos R$ 24
atuais para R$ 140. Serão três
patamares de remuneração: R$
140 para famílias com um filho,
R$ 170 com dois filhos e R$ 200
com três filhos e mais. O teto de
benefício, hoje de R$ 385, ficará
mesmo reduzido a R$ 200.
Pesaro admitiu ontem que a
redação do projeto de lei que altera o Renda Mínima suscitou
dúvidas. No projeto, aprovado
anteontem pela Câmara, está
escrito que o programa concederá "benefício no valor de até
R$ 140 para famílias que tenham apenas um filho ou dependente". A mesma redação,
com a inclusão da partícula
"até" aparecia na definição dos
outros patamares: "Até R$ 170
para famílias com dois filhos" e
"até R$ 200 para famílias com
três ou mais filhos".
A inclusão desse "até" dava
ao projeto uma leitura possível:
a de que o Renda Mínima poderia ficar mais mínimo ainda.
O vereador Paulo Fiorilo
(PT), da Comissão de Finanças
e Orçamento da Câmara, por
exemplo, afirmou que a redação do texto, dizendo que uma
família com um filho poderia
ganhar "até R$ 140", deixava a
prefeitura liberada para fazer o
cálculo que quisesse.
Benefício maior
O secretário Pesaro afirma
que a regulamentação da lei,
que acontecerá em 30 dias, já
apresentará os benefícios fixos
-sem o "até". Na prática,
23.442 famílias que recebem
até R$ 50, e outras 24.754 que
recebem entre R$ 50 e R$ 100
verão seus benefícios crescerem para R$ 140. Em alguns casos, trata-se de um aumento de
483,33%.
As famílias que terão os benefícios reduzidos contam-se
em número bem menor
-22.292. Recebem entre R$
200,01 e R$ 385 (o teto atual).
Apenas 318 famílias (ou 04,3%
do total) recebem R$ 385. "A
economia feita com esses cortes não é suficiente para cobrir
o gasto extra por conta do aumento do piso. Será necessário
um investimento maior do que
o atual", afirma Pesaro.
O Renda Mínima atende hoje
110.679 famílias, às quais paga
benefício médio de R$ 128. Como o piso será majorado para
R$ 140, a média deve deslocar-se para "algo próximo de R$
160", diz o secretário.
A conta ficará mais alta ainda
porque a prefeitura já anunciou
o propósito de atingir o número
de 130 mil famílias atendidas
em 2007.
Em 2006, o Renda Mínima
consumiu R$ 163 milhões dos
cofres públicos. Em 2007, deverá custar R$ 37 milhões a
mais, atingindo a marca dos R$
200 milhões, diz Pesaro. No último ano do governo Marta Suplicy (PT), o programa gastou
R$ 168 milhões.
Para atingir o objetivo de beneficiar as 130 mil famílias, a
prefeitura pretende enviar às
áreas mais carentes da cidade
força-tarefa de agentes, que farão o cadastramento em domicílio. "Assim a gente evita o viés
da informação. Têm muitas famílias que são tão carentes que
nem sequer sabem como entrar
no programa de Renda Mínima. O cadastramento domiciliar permitirá corrigir essa distorção", diz Pesaro. Têm direito
a participar do programa, famílias com renda de, no máximo,
R$ 175 per capita.
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