ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa festa, no fim da década de 50, Isaac tirou Clara para dançar. "Naquele dia, perguntei a ele: "Você acredita em destino?'", conta a mulher, com quem o engenheiro civil completou, em outubro último, 50 anos de casado.
"E ele, o que respondeu?" "Ele respondeu que não", lembra Clara. Sobre o episódio, ela brinca: "Ele começou bem". Um ano depois, os dois já estavam casados.
Formado em engenharia pelo Mackenzie, quatro anos antes do casamento, Isaac Luiz Zveibel trabalhou por 35 anos na Prefeitura de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, onde se aposentou no cargo de diretor de obras.
Depois de aposentado, fez alguns bicos e passou a ajudar o filho, também engenheiro. "O neto está para se formar em engenharia", complementa Clara.
Filho de um comerciante, dono de uma loja de móveis, e de uma dona-de-casa, Isaac era um homem "sisudo", "reservado", como descreve a mulher. "Assim como todo mundo que trabalha com números", afirma.
Adepto das práticas esportivas, adorava caminhar no parque Ibirapuera e nadar no clube. A mulher lembra de quando as filhas, gêmeas, foram nascer. "Ele me colocou no carro, para levar ao hospital, e me deixou um tempo esperando, de tão nervoso que estava."
Isaac morreu na quarta-feira, véspera de Natal, aos 83, de problemas cardíacos. Deixa três filhos e três netos.

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