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PANORÂMICA
TRÁFICO DE ÓRGÃOS
Grupo pretendia também fazer transplante de fígado e de coração
O grupo que agia em Recife
(PE) acusado de integrar uma
quadrilha internacional de tráfico de rins pretendia ampliar seu
negócio com a venda de fígados
e corações humanos.
A informação foi repassada
ontem à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) estadual
do tráfico de órgãos pelo capitão
da reserva da Polícia Militar do
Estado Ivan Bonifácio da Silva.
Acusado de ser um dos líderes
da rede internacional, o ex-policial participou na Assembléia
Legislativa de uma acareação
com suposto aliciador de interessados em vender rim. Ele disse que a idéia de ampliar a lista
de órgãos era do oficial da reserva do Exército israelense Gedálya Tauber, outro suposto líder.
O ex-PM não revelou detalhes
do plano, que, pelo menos no
caso do tráfico de corações, implicaria a existência de doadores
mortos. A Polícia Federal constatou até agora a retirada de rins
apenas de pessoas vivas.
Em depoimento anterior, Silva contou que Tauber chegou a
visitar hospitais de Recife e do
Ceará para tentar viabilizar as
cirurgias no Brasil. Sem sucesso,
o israelense teria checado a possibilidade de furar a fila oficial
dos transplantes.
Silva e Tauber foram presos
em dezembro. Em depoimentos
isolados, negaram participação
direta no esquema.
Ontem, Silva voltou a negar
seu envolvimento e acusou o
aposentado Josué Luiz da Silva,
que estava na acareação, de aliciar interessados em vender rim.
O aposentado negou e chamou o ex-PM de "mentiroso" e
"insano". O ex-policial disse que
está sendo ameaçado de morte
sem revelar nomes e mandou
um recado: "Quem tentar me
matar, se errar, morre".
(DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE)
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