São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

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PANORÂMICA

TRÁFICO DE ÓRGÃOS

Grupo pretendia também fazer transplante de fígado e de coração

O grupo que agia em Recife (PE) acusado de integrar uma quadrilha internacional de tráfico de rins pretendia ampliar seu negócio com a venda de fígados e corações humanos.
A informação foi repassada ontem à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) estadual do tráfico de órgãos pelo capitão da reserva da Polícia Militar do Estado Ivan Bonifácio da Silva.
Acusado de ser um dos líderes da rede internacional, o ex-policial participou na Assembléia Legislativa de uma acareação com suposto aliciador de interessados em vender rim. Ele disse que a idéia de ampliar a lista de órgãos era do oficial da reserva do Exército israelense Gedálya Tauber, outro suposto líder.
O ex-PM não revelou detalhes do plano, que, pelo menos no caso do tráfico de corações, implicaria a existência de doadores mortos. A Polícia Federal constatou até agora a retirada de rins apenas de pessoas vivas.
Em depoimento anterior, Silva contou que Tauber chegou a visitar hospitais de Recife e do Ceará para tentar viabilizar as cirurgias no Brasil. Sem sucesso, o israelense teria checado a possibilidade de furar a fila oficial dos transplantes.
Silva e Tauber foram presos em dezembro. Em depoimentos isolados, negaram participação direta no esquema.
Ontem, Silva voltou a negar seu envolvimento e acusou o aposentado Josué Luiz da Silva, que estava na acareação, de aliciar interessados em vender rim.
O aposentado negou e chamou o ex-PM de "mentiroso" e "insano". O ex-policial disse que está sendo ameaçado de morte sem revelar nomes e mandou um recado: "Quem tentar me matar, se errar, morre". (DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE)

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