São Paulo, domingo, 29 de fevereiro de 2004

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Dois mundos se encontram na mesma escola

DA AGÊNCIA FOLHA

Localizada no bairro da Casa Verde, na zona norte de São Paulo, a Escola Estadual Padre Manuel da Nóbrega traz bons exemplos de interação entre as classes média e baixa.
A aluna Suelen Oliveira Roxo, 16, do terceiro ano do ensino médio, é um desses casos. Moradora do conjunto habitacional popular Cingapura, ela conta que uma de suas melhores colegas de classe vive numa das ruas mais nobres do bairro.
"Minha amiga Melissa entrou na escola neste ano, vinda de uma das melhores escolas particulares da região, e a gente fez amizade muito rápido. Fazemos os trabalhos juntas, e ela freqüenta minha casa numa boa", disse Roxo.
Segundo a estudante, a colega nunca teve "ar de superioridade" e sempre ajuda os colegas. "Como ela veio de uma escola particular, em que o ensino é mais forte, tem matérias que estamos aprendendo agora e ela já teve."
Roxo, cujo sonho é ser comissária de bordo, contou que a escola recebeu muitos alunos da rede particular neste ano, devido às altas mensalidades. "Dá para sentir, na sala, quem tem dinheiro, mas lá dentro é todo mundo igual."
Outra que sempre estudou na rede pública é Rebecca de Souza, 15. Ela disse não perceber diferenças no rendimento dos alunos de camadas sociais distintas. "Nunca tive problema com os alunos mais pobres. Acho legal essa diversidade."
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação, no entanto, esse tipo de interação não é tão comum nas escolas públicas de São Paulo. Em geral, a convivência se restringe aos colégios em bairros centrais. (AC)


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