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LEGISLATIVO
Para aprovar projeto da prefeita, bancada governista pede para receber "bom atendimento" das secretarias
Marta consegue aumento para cargos de confiança
DO "AGORA SÃO PAULO"
A bancada que apóia a prefeita
Marta Suplicy (PT) na Câmara
Municipal conseguiu aprovar ontem, em segunda votação, o projeto de lei que dá até 40% de aumento aos salários de 1.072 indicados para cargos de confiança
(29 votos a favor e 20 contrários).
Só serão beneficiados secretários, administradores regionais e
outras funções de confiança. Isso
representará um gasto adicional
de R$ 7,8 milhões neste ano.
A Câmara também aprovou
duas emendas ao projeto. Uma
concede até R$ 100 de abono a 11,5
mil servidores com salário entre o
atual piso (R$ 260) e R$ 360. Com
isso, esses funcionários passam a
ganhar R$ 360 (novo piso).
A outra dá 180 dias para o Executivo estabelecer política de recuperação salarial à categoria.
As duas emendas foram apresentadas pelos governistas, e cada
uma delas recebeu 41 votos.
O processo de votação foi tumultuado, com oposicionistas, liderados pelo PSDB, acusando os
governistas de apoiarem o projeto
dos 40% em troca de cargos na
administração. Rubens Calvo
(PSB) e Ricardo Trípoli (PSDB)
chegaram a trocar empurrões.
"Política é feita de sugestões,
propostas e também pressões.
Não há nenhuma anormalidade
nisso", disse o líder do governo,
José Mentor (PT).
O governo esperava que o projeto passasse pela votação definitiva anteontem, mas 15 vereadores de sua base (das bancadas do
PDT, PL, PMDB, PSB e PPS)
ameaçaram votar contra.
O "Agora São Paulo" apurou
que, para evitar abandonos na base de apoio à prefeita, os parlamentares reivindicaram "bom
atendimento" por parte das secretarias e órgãos municipais, com
prioridade ao atendimento de pedidos para seus redutos eleitorais.
Um vereador chegou a reclamar
que "ficava sem moral" diante de
seus eleitores porque a prefeitura
demorava 60 dias para podar uma
árvore em sua própria rua.
Mentor se comprometeu a articular "reuniões sistemáticas" entre governo e aliados.
Entre os governistas, Cláudio
Fonseca (PC do B) e Beto Custódio (PT) mantiveram voto contra
o aumento de 40%. Lucina Pizani
(PT), que havia aprovado o projeto na primeira votação, se absteve
ontem. Doutor Farah (PSB), que
também havia apoiado o tema na
primeiro turno, não votou ontem.
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