São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2001

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LEGISLATIVO

Para aprovar projeto da prefeita, bancada governista pede para receber "bom atendimento" das secretarias

Marta consegue aumento para cargos de confiança

DO "AGORA SÃO PAULO"

A bancada que apóia a prefeita Marta Suplicy (PT) na Câmara Municipal conseguiu aprovar ontem, em segunda votação, o projeto de lei que dá até 40% de aumento aos salários de 1.072 indicados para cargos de confiança (29 votos a favor e 20 contrários).
Só serão beneficiados secretários, administradores regionais e outras funções de confiança. Isso representará um gasto adicional de R$ 7,8 milhões neste ano.
A Câmara também aprovou duas emendas ao projeto. Uma concede até R$ 100 de abono a 11,5 mil servidores com salário entre o atual piso (R$ 260) e R$ 360. Com isso, esses funcionários passam a ganhar R$ 360 (novo piso).
A outra dá 180 dias para o Executivo estabelecer política de recuperação salarial à categoria.
As duas emendas foram apresentadas pelos governistas, e cada uma delas recebeu 41 votos.
O processo de votação foi tumultuado, com oposicionistas, liderados pelo PSDB, acusando os governistas de apoiarem o projeto dos 40% em troca de cargos na administração. Rubens Calvo (PSB) e Ricardo Trípoli (PSDB) chegaram a trocar empurrões.
"Política é feita de sugestões, propostas e também pressões. Não há nenhuma anormalidade nisso", disse o líder do governo, José Mentor (PT).
O governo esperava que o projeto passasse pela votação definitiva anteontem, mas 15 vereadores de sua base (das bancadas do PDT, PL, PMDB, PSB e PPS) ameaçaram votar contra.
O "Agora São Paulo" apurou que, para evitar abandonos na base de apoio à prefeita, os parlamentares reivindicaram "bom atendimento" por parte das secretarias e órgãos municipais, com prioridade ao atendimento de pedidos para seus redutos eleitorais.
Um vereador chegou a reclamar que "ficava sem moral" diante de seus eleitores porque a prefeitura demorava 60 dias para podar uma árvore em sua própria rua.
Mentor se comprometeu a articular "reuniões sistemáticas" entre governo e aliados.
Entre os governistas, Cláudio Fonseca (PC do B) e Beto Custódio (PT) mantiveram voto contra o aumento de 40%. Lucina Pizani (PT), que havia aprovado o projeto na primeira votação, se absteve ontem. Doutor Farah (PSB), que também havia apoiado o tema na primeiro turno, não votou ontem.


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