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PROTESTO
Em SP, aluno é detido durante ato promovido pela UNE pela melhoria do ensino, realizado em várias capitais
Choque entre estudantes e PMs fere cinco
ESTANISLAU MARIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia nacional de protesto, convocado pela UNE e Ubes, acabou
em confronto entre manifestantes
e policiais na cidade de São Paulo.
Em outras localidades não se registrou atrito. A União Nacional
dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
exigem melhores condições de
ensino e a instalação da CPI da
Corrupção no Congresso.
No largo de São Francisco, no
centro, diante da Faculdade de
Direito da USP, PMs tentavam
dispersar os alunos com sprays de
gás pimenta. Um estudante e quatro PMs tiveram ferimentos leves;
outro aluno foi detido.
O desfecho não foi pior, porque
uma chuva forte, por volta das
13h, dispersou a confusão, e todos
correram para se abrigar.
Em Campinas, os estudantes
pararam o trânsito no centro por
duas horas. Houve passeatas também em Salvador (BA), Recife
(PE) e Fortaleza (CE), onde foi rezada uma missa em homenagem
ao cearense Luciano Cardoso, um
dos trabalhadores que morreram
na plataforma P-36. Hoje, o protesto será em Belo Horizonte.
A manifestação em São Paulo
começou na avenida Paulista, de
onde os estudantes foram em passeata até o centro. O congestionamento chegou a 63 km, o dobro
do meio-dia das quartas-feiras.
O confronto aconteceu no fim
do protesto. Policiais militares detiveram o estudante secundarista
M.R.S., 17, acusado de ter atirado
uma pedra contra o tenente Marcelo Takarabe, um dos 50 policiais
que trabalhavam no protesto.
No carro de som, os organizadores alertaram que um colega estaria "sendo preso pela polícia".
Foi o suficiente para detonar uma
chuva de pedras, garrafas de água,
latas e mastros de bandeiras usadas na manifestação.
A direção da UNE, por meio de
sua assessoria de imprensa, disse
não ter visto nenhum policial
agredido e que a situação saiu do
controle, porque os estudantes
reagiram a um investida da PM.
Segundo a entidades estudantil,
4.000 alunos participaram da manifestação; segundo a polícia, foram 2.000. A UNE diz que 200
participaram do confronto. O capitão Luís Cláudio Venâncio confirmou que só uma parte dos estudantes entrou na briga.
O estudante detido foi levado ao
1º Distrito Policial, onde foi feito
ato de infração por lesão corporal
e desacato. O rapaz, que é do Guarujá, poderá responder o processo em liberdade, mas seria levado ao SOS Criança, de onde só
poderia sair com os pais.
Interdição
No Rio de Janeiro, milhares
de estudantes fecharam as pistas da avenida Presidente Vargas, uma das mais movimentadas do centro. Na Cinelândia,
estudantes jogaram garrafas de
plástico e ovos em carros da
PM. Não houve prisão.
O tumulto ocorreu em frente
à Câmara Municipal. A PM não
reagiu. Havia em volta do local
pelo menos 200 policiais.
A PM calculou em 5.000 o número de estudantes que participaram dos protestos, mas, segundo a liderança da passeata,
havia 20 mil manifestantes.
Muitos deles tinham os rostos
pintados.
No Rio, os estudantes também apresentaram uma reivindicação local: a manutenção do
passe livre nos ônibus.
Na gestão do ex-prefeito Luiz
Paulo Conde (PFL), foi aprovado o projeto de lei que restringe
a duas viagens diárias o direito
à gratuidade dos estudantes
nos transportes públicos.
Colaboraram a Folha Campinas, a Agência Folha e a Sucursal do Rio
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