São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2006

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Escola solicitou correções há 2 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Com 70% dos seus 450 alunos muçulmanos, a Escola Islâmica Brasileira, na Vila Carrão (zona leste de São Paulo), pediu que fossem feitas correções nas apostilas de história adotadas pelo colégio. O material é produzido por uma outra entidade de ensino, cujo nome a escola não quis divulgar. As mudanças, solicitadas há dois anos, ainda não foram feitas.
Enquanto isso, os professores orientam os alunos sobre as informações incorretas. A apostila fala que "os seguidores do islamismo devem combater os infiéis pela jihad ou guerra santa". A religião não prega a guerra.
O material também fala que um dos pilares do islamismo é dar esmola, quando o correto é dizer que eles incentivam a caridade.
Para o professor Suhail Majzoub, que ensina cultura geral, o erro, muitas vezes, é intencional e, em outros casos, acontece por desconhecimento.
"Se você fala em guerra santa, sem dúvida alguma, gera uma imagem negativa em quem está lendo. Isso é ruim, os povos precisam viver em paz", diz.
De acordo com Zaid Ahmad Saifi, diretor administrativo do Centro de Divulgação do Islã para a América Latina, o maior problema é passar a imagem de um povo violento.
"A visão que as pessoas possuem é que o muçulmano é um terrorista, que mata em nome da religião. Nós pregamos a justiça", diz Ahmad Saifi, que já chegou a visitar editoras para pedir correções em livros.

Bárbaros
"Muitos livros mostram os muçulmanos como bárbaros. É complicado ser minoria no Brasil." Saifi afirma que crianças muçulmanas estudantes de colégios tradicionais sofrem preconceito devido à divulgação de informações distorcidas.


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