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Acidente com Kombi da Apae mata 5 na "curva da morte"
Caminhão invadiu a pista contrária na rod. Candido Portinari, em Rifaina (SP)
Choque frontal destruiu Kombi, que transportava alunos da Apae para Franca;
motorista do caminhão foi preso por homicídio doloso
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
RAQUEL ILIANO
ENVIADA ESPECIAL A RIFAINA
Um caminhão desgovernado
invadiu a pista contrária da rodovia Candido Portinari, em
Rifaina (464 km de SP), no trecho conhecido como "curva da
morte", e atingiu uma Kombi
que transportava alunos da
Apae. Cinco pessoas, entre elas
uma estudante da instituição,
morreram e outras duas ficaram gravemente feridas.
Com a gravidade do acidente,
na altura do km 459 da rodovia,
a Kombi partiu ao meio. O motorista do caminhão foi preso
sob a acusação de homicídio
doloso (com intenção).
O acidente ocorreu por volta
das 6h30 da manhã. O caminhão dirigido por Valmir Borges, que ia para Patos de Minas,
estava carregado de pisos e azulejos. Segundo a polícia, o motorista disse que perdeu o controle após ter sido ultrapassado
numa curva. Com o peso, o veículo teria ameaçado tombar e,
para evitar isso, Borges virou o
caminhão para a pista contrária, batendo num barranco e,
em seguida, na Kombi que vinha em sentido contrário, no
trecho não-privatizado da rodovia, de pista simples.
Nos últimos 15 anos, já morreram em acidentes no mesmo
trecho pelo menos 53 pessoas.
A Kombi, dirigida por Laércio Masson Filho, 42, transportava alunos de Rifaina para a
Apae de Franca, além de três
pessoas que pegavam carona.
Morreram o motorista, a mulher dele, Eliane Carmem Pinho Masson, 40, sua sobrinha,
Jaqueline Pereira Pinho, 24, o
universitário Jean Victor de Lima Cordeiro, 19, e Isabel Cristina dos Santos, 19, da Apae.
Ketima Santana, 13, e Cristiane Helena dos Santos, 18,
também alunas da Apae, sofreram ferimentos graves. O motorista do caminhão se feriu levemente, foi levado ao hospital
e, ao sair, foi preso. Ele não quis
dar entrevistas.
"Um motorista que segue na
contramão em uma rodovia
desconfia que algo errado pode
acontecer e, por isso, assume o
seu risco e a responsabilidade
do que ocorrer", disse o delegado de Pedregulho, Fábio José
Branquinho Pereira.
O motorista passou por exame toxicológico, cujo resultado
deve sair em 30 dias. As alunas
seguiam internadas em estado
grave, em Franca, até a conclusão desta edição "Minha filha
viaja há quatro anos e nunca
pensei que isso pudesse acontecer", afirmou Euripa Adriana
Santana, 37, mãe de Ketima.
O acidente interditou a pista
por cerca de quatro horas, tempo necessário para a retirada
dos veículos. Quando policiais e
bombeiros desviaram o caminhão, o veículo perdeu o controle e atingiu um carro da PM.
Jaqueline, uma das vítimas,
era professora de educação física e iria ficar noiva hoje. Ela pegou carona para comprar roupa
para a festa. Segundo a tia da vítima, Ilda Pinho, 50, ela esperava ansiosa pelo noivado. "Nem
dá para explicar a sensação que
tenho quando penso que três
pessoas da nossa família morreram", afirmou.
O DER (Departamento de
Estradas de Rodagem), por
meio de sua assessoria, informou que um estudo indicará o
que deve ser feito para resolver
o problema no trecho. "Pedimos pelo
menos dez vezes a duplicação
até Rifaina. É a segunda tragédia de grandes dimensões no
mesmo local", diz o diretor administrativo da Prefeitura de
Pedregulho, Abib Naufil Abib.
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