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PM quer controle de todos os tiros dados pela corporação
Objetivo do coronel Daniel Barbosa Rodrigueiro é baixar a letalidade policial
De acordo com relatórios mensais da Corregedoria da corporação sobre letalidade, policiais mataram 1.485 pessoas em três anos
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Recém-empossado "vice-presidente" da Polícia Militar
de São Paulo, o coronel Daniel
Barbosa Rodrigueiro, 54, tem
como meta mais imediata de
sua administração à frente da
tropa implementar um rigoroso controle diário sobre todos
os tiros efetuados pelos PMs
que atuam nos 645 municípios
do Estado. A intenção dele é
baixar a letalidade dos PMs.
Nos últimos três anos (2005
a 2007), policiais militares de
São Paulo, segundo relatórios
mensais da corregedoria da
corporação sobre a letalidade
policial, mataram 1.485 pessoas. Média de 1,3 homicídio
doloso (intencional) cometidos
por PMs -em horário de trabalho ou de folga, com a arma da
corporação ou não- a cada dia.
Segundo Rodrigueiro, que
assumiu os postos de chefe do
Estado Maior da Polícia Militar
e de subcomandante da tropa, a
implementação do controle
diário dos tiros dados pelos
PMs servirá para tentar transformar a PM paulista "numa
polícia com mais qualidade".
Gestão de qualidade
"Uma polícia democrática
sabe quantos tiros os seus policiais dão, por exemplo, num
turno de 24 horas de serviço.
Isso é gestão de qualidade. Toda polícia de país desenvolvido
tem esse controle", disse.
"Esse controle serve para você, perante os organismos internacionais de direitos humanos, ter uma confiabilidade
ainda maior na polícia, toda a
sociedade. A arma de fogo é letal e você tem que ter um controle rígido sobre isso", continuou o coronel Rodrigueiro.
Atualmente, a PM de São
Paulo tem cerca de 93 mil policiais na ativa, o que a transforma no terceiro maior grupo armado da América do Sul, segundo Rodrigueiro, e o comando da tropa ainda não sabe exatamente como esses policiais
usam a força letal no dia-a-dia.
"A nossa polícia de São Paulo
é uma das melhores do mundo", disse Rodrigueiro, que não
quis responder se os 1.485 homicídios cometidos por PMs,
entre 2005 e 2007, são um número assustador ou não. "Isso
[o total de mortos] é conseqüência do confronto entre policiais e criminosos", disse.
"Temos preocupação especial com a letalidade policial,
pois a missão do policial militar
é prender o infrator e entregá-lo para a Justiça -e entregar vivo. Estamos preocupados em
também implementar métodos
não-letais na ação do policiamento ostensivo", disse.
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