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Anac lista 175 aeroportos com falhas, mas não divulga locais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) anunciou ontem,
sem identificar os locais, que
175 aeroportos no país apresentam falhas de segurança e
podem ser interditados ou restringidos nos próximos meses
se não houver correções e ajustes. A agência avalia que não há
"risco iminente" de acidentes e
diz ser necessário uma articulação política para alocar recursos ou até flexibilizar regras,
para não deixar regiões remotas sem transporte aéreo.
Os locais não foram identificados, mas o grupo se restringe
a aeroportos de pequeno porte
-66 recebem vôos da aviação
comercial e o restante atende a
aviação geral (jatos e aviões
particulares). A maioria, 132
aeroportos, são administrados
por Estados ou municípios. Outros nove aeroportos são geridos pela Infraero, que não comentou o levantamento.
"Com certeza os problemas
ocorreram porque a administração não fez a manutenção
devida", disse Alexandre de
Barros, diretor da Anac. Ele
lembrou que o contingenciamento de verbas e a crise aérea
afetaram vários convênios com
o governo federal, mas considera que o sistema de investimento hoje utiliza critérios que não
priorizam a segurança.
Aeródromos
"Muitos desses aeródromos
não estavam incluídos na lista
de prioridades dos Estados",
afirmou Barros, em referência
ao Profaa (Programa Federal
de Auxílio a Aeroportos), cuja
verba era de R$ 100 milhões no
ano passado.
Questionado se a divisão desses recursos é feita por critérios
políticos, ele disse: "Gostaria de
poder dizer que os critérios não
são políticos, mas não cabe à
agência comentar isso".
As falhas detectadas se dividem entre problemas de segurança operacional (ligadas à
operação de aeronaves, como
as condições da pista) e de segurança contra ilícitos (ligadas
à prevenção de crimes, como o
uso de detectores de metal).
A agência pretende formar
um grupo de trabalho com parlamentares para viabilizar recursos para as melhorias necessárias ou para agilizar a flexibilização da legislação que lista as
exigências. Isto porque a Anac
considera que algumas falhas
representam menor risco para
as comunidades do que o fechamento do aeroporto.
Segundo Barros, 90 pistas ou
aeroportos sofreram interdições no último ano -citou os
exemplos de Cáceres (MT) e
Piracicaba (SP), que já fizeram
os devidos ajustes.
As falhas de segurança contra ilícitos são sigilosas. Já o levantamento de falhas de segurança operacional será divulgado ao público nas próximas semanas. Existem mais de 3.000
aeródromos (pistas sem terminal de passageiros) e aeroportos no país -apenas 67 são administrados pela Infraero. Estados, municípios e empresas
aéreas já foram notificados.
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